Polícia investiga assassinato de coordenador de liga de camponeses no Pará

18/06/2009 - 20h42

Juliana Maya
Repórter da Rádio Nacional da Amazônia
Brasília - A Polícia Civil de Redenção investiga o assassinato do coordenador daLiga dos Camponeses Pobres do Pará e Tocantins, Luiz Lopes Barros, uma das lideranças mais conhecidas do movimento camponês da região. O delegado responsável pelo caso, Paulo Gaurão, diz queLuiz Barros estava desaparecido desde a última sexta-feira (12). Segundo o delegado, o corpo foi encontrado por volta das 10h da manhã da segunda feira (15), na zona rural de Conceição do Araguaia, no estado do Pará. “Ele foi encontrado, aparentemente, morto por disparo de arma de fogo, masisso só vai ser confirmado por meio da perícia já requisitada. Nós nãodescartamos nenhuma hipótese, mas já estamos seguindo duas linhasde investigação e estamos bastante adiantados.”O delegadodiz que não pode adiantar quais são as linhas de investigação adotadasporque isso atrapalharia o trabalho da polícia, mas acrescenta quecerca de 15 testemunhas já deram depoimentos. A agente da Comissão Pastoral da Terra de Conceição do Araguaia, Ana de Souza Pinto, diz que, apesar de ainda não se ter indícios de possíveis mandantes, o assassinato pode estar ligado à questão agrária da região.“O que se sabe é, da forma como ele foi encontrado, que foi um crime deencomenda. Nada foi roubado, a moto em que ele viajava estava próximado corpo, os documentos e tudo o mais. No ano passado, havia, sim,ameaças de conhecimento público, mas ameaças vindas de A, de B ou de Cnão se sabia.”A agente acredita que o engajamento do líder dos camponeses pode ter incomodado. “A gente vive numa região que, historicamente, tem tido lutas muitoacirradas em torno da questão da terra.”Em nota, a Liga dosCamponeses Pobres do Pará e Tocantins informa que, há tempos, oscamponeses das cidades de Redenção e Conceição do Araguaia vêm sofrendoameaças por telefone e têm se sentido perseguidos por meio de rondas por motos e carros suspeitos,inclusive em suas residências. A liga acrescenta que já fez diversasdenúncias, mas, segundo a nota, nada foi feito até agora.