Investigação sobre acidente com voo 447 “se aproxima de seu objetivo”

17/06/2009 - 1h05

Carolina Nogueira
Especial para EBC
Paris - Catalogadas 400 peçasde destroços do avião e recuperados 50 corpos, ainvestigação sobre o acidente com o voo 447 passa atualmente por ummomento de “otimismo – ou ao menos de menor pessimismo”, naspalavras do diretor do Escritório de Pesquisas e Análises paraSegurança Aérea (BEA, na sigla em francês), Paul-Louis Arslanian.Na entrevista coletiva concedida esta manhã em Paris, ele afirmouque a investigação “se aproxima de seu objetivo”.“Há duas semanas, sótínhamos o trajeto presumido da aeronave. Hoje temos uma zona depesquisa mais restrita, várias indicações coletadas no local econtamos com instrumentos de investigação que nos dão motivos paraacreditar que vamos chegar a uma resposta sobre o que aconteceu”,afirmou Arslanian, ressaltando em seguida: “Não digo que seráfácil. É uma tarefa muito difícil. Mas estamos fazendo nossomelhor.”Atualmente, doisrebocadores munidos de localizadores acústicos norte-americanos e umsubmarino a propulsão nuclear percorrem a área de buscas –estimada em um raio de 80 quilômetros – procurando captar o sinalemitido por uma baliza acoplada ao gravador de bordo da aeronave.O pequeno instrumentoemite um ruído semelhante a um sinal telefônico, a 1 pulso porsegundo, e pode ser captado por sonares que estejam a até 2quilômetros de distância. Apesar de todo o aparato técnico àdisposição para a busca das caixas-pretas, o diretor do escritóriode pesquisas afirmou que até agora nada foi encontrado.Com a ajuda de um mapa,o BEA demonstrou que os destroços do avião estão sendo deslocadospelas correntes marítimas numa trajetória ao norte. Segundo ele,parte dos destroços encontrados pelas equipes francesas continuam emalto-mar, a bordo da fragata Ventôse, e não devem seguir para Recife. “Deixar a regiãopara desembarcar esse material significa suspender o trabalho debuscas, e não é o momento de fazermos isso. Quando chegar a hora deproceder o desembarque, provavelmente isso acontecerá na costaafricana, talvez em Dacar, ou até mesmo na França”, afirmouArslanian.Ele reafirmou que, atéo final do mês, o BEA deve divulgar um primeiro relatório sobre asinvestigações.