Fontana quer convencer oposição a votar reforma tributária ainda neste semestre

17/06/2009 - 16h18

Kelly Oliveira*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do governo naCâmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), afirmou que marcará paraa próxima terça-feira (23) uma reunião com parlamentares da oposição para tentar convencê-los a votar a reforma tributáriaainda neste semestre. Fontana fez a afirmação após participar de encontro de deputados da base aliada com o ministro da Fazenda,Guido Mantega. Segundo o parlamentar, aoposição foi convidada para a reunião de hoje, mas nãocompareceu. “Estranhei que a oposição não estivesse nesta reuniãode hoje. Mas, como entendo que o novo sistema tributário é interessedo país inteiro, vamos continuar buscando esse diálogo com aoposição para aprovar a reforma tributária ainda no primeirosemestre.” Fontana acrescentou quea reforma tem questões essenciais que precisam ser aprovadas, como transferir a cobrançada origem para o destino; simplificar as legislações estaduais sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias eServiços (ICMS), originando uma única legislação nacional; reduzir o volume detributos; e desonerar folhas de pagamentos e investimentos. Segundo o relator daproposta de reforma tributária, Sandro Mabel (PR-GO), nesta tarde haverá uma reunião com deputados sobre a seguridade social. Odeputado afirmou que vai propor que a Contribuição Social sobreLucro Líquido (CSLL) fique vinculada somente à Previdência.“Vamos levar uma proposta que é para lá de suficiente”, disse.“A Cofins [Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social] sim é um problema. É a contribuição mais complicadapara se arrecadar no mundo. Temos que simplificar.” Para o deputado DarcísioPerondi (PMDB-RS), a proposta do relator, no entanto, é insuficiente.“Queremos fontes exclusivas para a saúde, o seguro-desemprego epara o salário-educação.”Sandro Mabel também disse que quer marcar umareunião técnica com o governador de São Paulo, José Serra, quetem criticado o texto de reforma tributária do governo. O deputado disse que Serra é "governador de um estado muitoimportante, então é muito ocupado e não teve tempo de se atera todos os pontos da reforma, porque ela é muito complexa.”O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM), não acredita que a reforma seja votada no governo Lula. “Não se faz reforma tributária a sério em final de governo”, disse o tucano depois de participar do seminário O Brasil Pós-Crise: Desafios e Oportunidades, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).  “Primeiro, não há vontade política de fazer a reforma, segundo, não há acordo entre União, estados e municípios, com divergências entre estados e regiões”, acrescentou o senador. Para ele, outro problema é que o texto está “inchado”. “Cada um foi colocando o seu pedaço e é tudo, menos uma reforma, e ainda abre espaço para uma guerra fiscal mais acentuada.”