Filmes aproximam público de debates sobre temas ambientais, dizem especialistas

17/06/2009 - 17h34

Luana Lourenço*
Enviada Especial
Cidade de Goiás - A máxima de que uma imagem vale mais que mil palavras também funcionaquando o assunto é meio ambiente. Pelo menos durante o 11° FestivalInternacional de Cinema Ambiental (Fica) que, até domingo, exibe filmes e vídeos de 13 países, todos com temas socioambientais. Acoordenadora do festival, Linda Monteiro, acredita na “força dasimagens” para aproximar o público de temas ambientais. Ela cita areação do público ao vencedor do Fica em 2008, o documentário gregoDelta, o Jogo Sujo do Petróleo, que conta a história da exploração decombustíveis fósseis no delta do Rio Níger, na África, e dos impactossociais e ambientais dos vazamentos de rejeitos do petróleo na área. “Tivemosum debate, uma mesa redonda com especialistas e, em seguida, o filme foiexibido. O que sensibilizou as pessoas foram as imagens”, lembra. Opresidente do júri de seleção do Fica, Luís Araújo, aposta na linguagemcinematográfica para despertar interesse sobre questões ambientais eestimular iniciativas de preservação, segundo ele, fundamentais paradefinir que planeta queremos para as futuras gerações. “Ocinema é uma arte. Seja na forma de documentário, ficção ou animaçãotem a capacidade de levar as pessoas a pensar, de tomar partido sobreum problema ou assunto do meio em que elas vivem. Tem um caráter didático pedagógico, ele ensina, forma”, analisa.Parao professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Laerte GuimarãesFerreira, o cinema pode democratizar assuntos aparentemente complexos eantes restritos aos bancos de universidades e laboratórios decientistas, como as implicações das mudanças climáticas, apresentadaspelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, nasigla em inglês) e traduzidas em filme pelo ex-vice-presidentenorte-americano Al Gore. “Você não se lembra do Al Gore pelaparticipação dele na Conferência de Kyoto, não se lembra dele nacomissão de meio ambiente no Senado. Ele é lembrado por causa do filmeUma Verdade Inconveniente que, inclusive, o levou a ganhar um PrêmioNobel”, disse. Entre os temas dos filmes e vídeos da mostra competitiva desta edição, que no sábado vaipremiar os vencedores com R$ 240 mil, estão a acidificação dos oceanos –que pode inviabilizar a vida de algumas espécies marinhas –, a luta depopulações africanas diante das secas mais extremas provocadas pelasmudanças climáticas, a desertificação e os impactos ambientais dochamado lixo tecnológico. Após o festival, as obras seguem para outros estados, numa mostra itinerante do Fica. Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Brasília já estão confirmados na agenda de exibições.