Estudantes negros são as maiores vítimas de agressões nas escolas públicas, diz pesquisa

17/06/2009 - 19h37

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Negros, pobres e homossexuais estão entreas principais vítimas de bullying (práticadiscriminatória de um grupo de alunos contra um determinadocolega, que se caracteriza por agressões físicas,acusações injustas e humilhações) nasescolas públicas, segundo a Pesquisa sobre Preconceito eDiscriminação no Ambiente Escolar, realizada pelaFundação Instituto de Pesquisas Econômicas(Fipe), a pedido do Instituto Nacional de Estudos e PesquisasEducacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgada hoje (17) emSão Paulo.Segundo a pesquisa, o grau de conhecimento depráticas de bullying chega a 19% contra alunos negros, 18,2%contra pobres, 17,4% contra homossexuais. Em seguida, 10,9% estiveramnessa situação por ser mulher e 10,4% por morarem naperiferia ou em favelas.O estudo também mostrou que os professores,funcionários, idosos, pessoas com algum tipo de deficiênciafísica ou mental, idosos, índios e ciganos tambémforam vítimas de agressão nas escolas pesquisadas. De acordo com o coordenador do trabalho, oprofessor José Afonso Mazzon, da Faculdade de Economia,Administração e Contabilidade da Universidade de SãoPaulo (FEA-USP), a pesquisa revelou que 30% das diferençasobservadas na Prova Brasil entre as escolas pesquisadas foramexplicadas por níveis de preconceito e discriminação.“Nas escolas onde se observou o maiorconhecimento de práticas de bullying envolvendo professores efuncionários, as avaliações na Prova Brasilforam as menores, assim como nas escolas onde os alunos apresentarammaior nível de preconceito”, afirmou. A pesquisa ouviu cerca de 10,5% dos 18.599 alunos,pais, diretores, professores e funcionários de 501 escolaspúblicas do país, entre outubro e novembro do anopassado. Ainda de acordo com os dados, 5,3% dos entrevistadospresenciaram os professores sofrendo agressões e  4,9% viram osfuncionários das escolas.