Autoridades francesas da investigação sobre voo 447 criticam bloqueio a médico-legista

17/06/2009 - 11h16

Carolina Nogueira
Especial para a EBC
Paris (França) - Em entrevista coletiva na manhã de hoje (17), odiretor do Escritório de Pesquisas e Análises para Segurança Aérea(BEA, na sigla em francês), Paul-Louis Arslanian, revelou que ummédico-legista de sua equipe foi impedido de participar da necropsiados corpos recuperados do acidente com o voo 447 da Air France.O médico, que não teve o nome revelado, estavaem Recife na semana passada mas, diante da informação de que nãoseria autorizada sua participação nos trabalhos de identificaçãoe investigação dos corpos, já teria voltado a Paris.“Não estou nada satisfeito com essa situação.Se querem saber, não estou feliz”, afirmou Arslanian. Ele ressaltou, no entanto, que não quer com issodizer que o Brasil não esteja colaborando com as investigações.Segundo ele, “seria injusto dizer isso”, sobretudo levando emconta o trabalho dos especialistas do Centro de Investigação ePrevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).Arslanian ressaltou que o médico-legista enviadopelo BEA para participar dos trabalhos no Brasil tem conhecimentoespecífico sobre investigações de acidentes aéreos. Ele citou acontribuição do especialista nas investigações sobre o voo TWA800, que explodiu no ar em 1996 quando fazia a rota Nova York-Roma,com uma escala prevista em Paris.Segundo o diretor do BEA, especialistas francesesligados à parte jurídica da investigação tiveram acesso ao examedos corpos desde a semana passada – o que, em sua opinião, nãosubstitui a contribuição que o médico legista poderia trazer. Eledisse também que, até agora, o BEA não recebeu nenhum relatórioou informação que contenham resultados do trabalho de necropsia.