Pesquisa mostra que setor produtivo espera estabilidade na economia neste ano

16/06/2009 - 1h51

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O setor produtivoespera que a economia fique estável neste ano, ou seja, que nãohaja crescimento, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa EconômicaAplicada (Ipea) com 115 entidades ligadas à indústria, à agropecuária,aos serviços e comércio e aos trabalhadores.A pesquisa mensal Sensor Econômico abrange 80% dos responsáveispelo Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviçosproduzidos no país. Segundo a pesquisa, em maio deste anotodos os setores pesquisados apontaram na direção de que nãohaverá crescimento do PIB neste ano. “Contudo, é importante afirmar que nenhum setor demostrouacreditar que o ano seja de recessão. Aliás, ao contrário, sugeremesperanças de bom desempenho quanto ao produto agrícola e decomércio e serviços”, revela o Ipea em publicação. Aconfiança na recuperação da economia brasileira foi observada nasrespostas às perguntas sobre as perspectivas para os próximos 12meses. Para compor o Sensor Econômico, são enviados aos pesquisadosquestionários com 24 perguntas objetivas, na segunda semana de cadamês.Cada uma das questões apresenta cinco cenários possíveis que vãodo otimismo (+ 100 pontos) ao pessimismo (-100 pontos). Na pesquisafeita em maio, o sensor subiu para + 7,79 pontos, o melhor resultadodesde janeiro deste ano, quando começou a série.A pontuação mostra que “embora o indicador ainda permaneça nazona de apreensão, o comportamento das expectativas aponta para apossibilidade de, em outubro, o setor produtivo superar o medo etornar-se confiante”, diz a publicação. Segundo a metodologia dapesquisa, na escala de +20 a -20 há apreensão. O presidentedo Ipea, Márcio Pochmann, esclareceu que a previsão de estabilidadedo PIB é dos entrevistados e não do instituto. “Teremos umcrescimento acima de zero, mas ainda é cedo para fazer uma previsão.Sabemos que o segundo semestre será melhor do que este”, disse. A previsão do Ipea decrescimento de 2% neste ano deve ser revisada. Segundo Pochmann, parao primeiro trimestre de 2009, o Ipea projetava crescimento de 0,2%,em relação aos três últimos meses de 2008, mas houve retraçãode 0,8% de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE).Segundo Pochmann, a economia brasileiraestá em recessão fundamentalmente por conta do setor industrial,que mais sofreu com a crise financeira internacional. Ele lembrou queo setor representa cerca de 30% do PIB e 22% da ocupação no país. Para ele, arecuperação da indústria não depende somente de medidas adotadasno Brasil, mas também no exterior, uma vez que há corporaçõestransnacionais operando no país.