Decisão de supermercados não deve afetar preço da carne no mercado interno

15/06/2009 - 21h06

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A suspensão que as redes de supermercados Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart determinaram à compra de carne de frigoríficos localizados em áreas apontadas pelo Ministério Público Federal no Pará como de desmatamento na Região Amazônica, não deve afetar os preços do produto no mercado interno. A avaliação é do diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Otávio Cançado. Ele afirmou que há no país cerca de 1.500 frigoríficos e, apesar da decisão não afetar os preços da carne, um grande impacto, além do prejuízo para os frigoríficos embargados, será sentido na imagem do país no exterior."Essas redes estão no país inteiro e são as maiores consumidoras, mas o mais perigoso é que a decisão foi motivada pelo Ministério Público. Vários países já usam argumentos não técnico-científicos para embargar o mercado brasileiro, e agora ganharam um pretexto a mais”, afirmou.Cançado disse que o país precisa construir uma “agenda positiva” para resolver o problema. “É preciso uma ação conjunta, e que a responsabilidade não recaia apenas sobre os formais”, disse. Para ele, além da Abiec, é importante que se juntem nesse trabalho os pecuaristas, o Ministério da Justiça para combater o abate clandestino, o Ministério da Fazenda para fiscalizar os que não pagam impostos e os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente.Na próxima sexta-feira (19), será realizada uma reunião na sede da Abiec, em São Paulo. O diretor executivo da entidade acredita que devem sair proposições para se chegar à solução do problema. “Ajudaremos no que pudermos, mas não poderemos ser o salvador da pátria. Somos apenas 99 frigoríficos, de 1.500 que o país tem. É preciso participação ativa”, afirmou.