Curso oferecido por construtora capacita 150 trabalhadores em Minas Gerais

15/06/2009 - 20h09

Mariana Jungmann*
Repórter da Agência Brasil
Jeceaba (MG) - Cerca de 150 pessoasdos municípios de Jeceaba, Congonhas, Ouro Branco e ConselheiroLafaiete, em Minas Gerais, receberam hoje (15) os primeiros diplomasde conclusão dos cursos profissionalizantes oferecidos pelaconstrutora Odebrecht a beneficiários de programas sociais do governo federal. Os cursos de carpinteiro,armador e ferreiro são do programa Acreditar, desenvolvido pelaconstrutora com o objetivo de capacitar os trabalhadores nos locais dasdiversas obras da empresa em todo o país, dando preferência àspessoas cadastradas em programas sociais,especialmente o Bolsa Família.Formando do curso decarpintaria, Geraldo Joaquim dos Santos, 20 anos, deve ser uma das500 pessoas contratadas para a construção dafábrica da empresa Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil (VSB).“A obra deve durar um ano e meio, nesse período eu espero estartrabalhando, fichado, tudo direitinho”, diz.Geraldo ainda tem duas irmãs e sua família é sustentada com a renda de R$ 700do pai. A família faz parte do Bolsa Família. Ele diz que, com o emprego, pretende ajudar em casa e custear os estudos em uma escolatécnica.Vilson Mendes de Rezende, que também estavadesempregado, fez o curso de carpinteiro para poder trabalhar na obrada Odebrecht. “Se tudo der certo, eu espero sair daqui fichado”,afirma. Apesar disso, Vilson tem consciência de que a capacitaçãonão irá garantir emprego depois que a obra da indústria de tubosacabar. “Vai depender da situação econômica do país, né? Se ascoisas continuarem como estão eu posso até estar desempregadodepois”, reconhece.A construtora garanteque a situação é promissora. De acordo com o diretor de recursos humanos da empresa, Paulo Henrique Quaresma, cerca de 30% dostrabalhadores capacitados pela empresa nem chegam a trabalhar na obraprevista porque já são contratados por outras construtoras daregião.Segundo ele, o programaAcreditar torna a qualificação profissional mais barata e vantajosapara a empresa. “Era muito custoso levar os trabalhadores até asobras. Com os cursos, nós diminuímos esse custo e ainda ajudamos ainserir essas pessoas no mercado de trabalho.”O projeto, que começou capacitando 10 mil pessoas para trabalharem nasusinas do Rio Madeira em Rondônia, deve ser estendido para o Rio Grande do Sul e Pernambuco. “Ainda este ano vamos começar os cursos para aconstrução de plantas industriais nas cidades de Triunfo (RS) eRecife (PE), e para uma barragem em Dom Pedrito (RS)”, afirma.A construtora arca comtodos os custos do projeto, mas conta com o apoio das prefeituras ede organizações comunitárias locais. De acordo com Quaresma, essas parcerias são essenciais para o andamento do projeto. “São eles que nosdizem qual a melhor forma de falar com as pessoas. Na cidade deCongonhas (MG), por exemplo, o prefeito nos avisou que não poderíamoscolocar faixas, nem utilizar carro de som, porque o município étombado. Já em Triunfo, nós vamos usar a rádio comunitária, que éo melhor veículo de comunicação da cidade”, conta. Até agora, aconstrutora já investiu cerca de R$ 12,3 milhões na capacitação de trabalhadores por meio do programa Acreditar. O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, PatrusAnanias, presente durante a entrega dos diplomas, disse que oministério pretendeprocurar outras empresas para propor parcerias semelhantes. “Nósesperamos que outras empresas, especialmente as que estão executandoobras para os governos estaduais, municipais, que estão executandoas obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], também se disponham a investir na formação e naqualificação dos beneficiários dos nossos programas. E nós temosmais do que a expectativa, nós vamos procurar essas empresas parapropor uma parceria”, afirmou.