Deputado cobra maior agilidade do Estado contra o poder das milícias

14/06/2009 - 12h13

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A prisão de dezenas de pessoas ligadas às milícias que atuam no Rio de Janeiro não é suficiente para acabar com o poder paralelo desses grupos. É preciso haver um trabalho conjunto entre os governos (estaduais, municipais e federal), a Justiça e o Ministério Público (MP) para desarticular os criminosos nas suas fontes de renda. A opinião é do deputado estadual Marcelo Freixo (P-SOL), que presidiu a CPI das Milícias no ano passado, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “A Assembléia fez o seu papel, através da CPI, concluída em dezembro. Agora é importante que não só a polícia faça sua parte, mas também o Estado”, afirmou Freixo.Ele reclama, especialmente, da morosidade do MP, que ainda não teria denunciado à Justiça nenhum dos 225 nomes apontados no relatório final da CPI, o que torna impossível julgar ou condenar os suspeitos, segundo Freixo.“É preciso ter um trabalho do MP para denunciar os apontados no relatório, a fim de levar à prisão as principais lideranças”, defende o deputado. Ele informou que vai procurar esta semana os promotores encarregados de reprimir o crime organizado.Outra frente necessária para barrar com eficiência o poder das milícias, segundo Freixo, é aprovar uma legislação federal criminalizando os currais eleitorais, responsáveis por eleger vereadores e deputados comprometidos com grupos criminosos. Da mesma forma, ele considera imprescindível combater os transportes clandestinos de vans, a exploração de serviços ilegais de televisão a cabo e a venda de segurança nas comunidades.Segundo o deputado, apesar de terem sido presos mais de 100 milicianos só este ano no estado, o poder das milícias continua forte, pois há uma reposição quase imediata de novos membros, atraídos pelo poder econômico.A força desses grupos pode ser medida pela a morte do ex-vereador Josinaldo Francisco da Cruz, o Nadinho de Rio das Pedras, assassinado à luz do dia, na última quarta-feira (10), no condomínio em que morava, na Barra da Tijuca. Ele disputava com outras lideranças o controle sobre a favela de Rio das Pedras, comunidade considerada como o berço das milícias no Rio, por ter sido o primeiro local onde este tipo de crime se organizou.