Conferência internacional discute impacto da crise financeira no emprego

13/06/2009 - 12h38

Paula Laboissière
Enviada especial
Genebra (Suíça) - Cerca de4 mil representantes de governo, de trabalhadores e de empresáriosestão reunidos em Genebra, na Suíça, em busca de respostas para oimpacto da crise financeira sobre a empregabilidade. A 98ª ConferênciaInternacional do Trabalho – que começou no último dia 3 – temcomo finalidade discutir os meios para proteger trabalhadores, famílias e empresas afetadas pela instabilidade econômica.

A própriaOrganização Internacional do Trabalho (OIT) aumentou as projeções sobre desemprego para este ano, e aestimativa é de que entre 210 milhões e 239 milhões de pessoasestejam sem trabalho em todo o mundo – o que corresponde a taxas dedesemprego que podem chegar a 7,4%.

Orelatório Atualização das Tendências Mundiais de Emprego,publicado em maio pela organização, mostra um aumento de até 59milhões de desempregados em relação a 2007 como o cenário maisprovável. “A cifra final dependerá da efetividade dos gastosfiscais dos governos e do funcionamento do setor financeiro”, diz odocumento.

Já asprojeções mais atualizadas sobre pobreza global, de acordo com aOIT, alertam que 200 milhões de trabalhadores correm o risco depassar a fazer parte do segmento de pessoas que vivem com menos de US$2 por dia.

De acordocom o Ministério das Relações Exteriores, o presidente Luiz InácioLula da Silva chega amanhã (14) à cidade suíça. Na segunda-feira(15), ele participa da conferência por meio de uma cúpula sobre acrise mundial do emprego – momento de maior destaque do encontro. Aprevisão é de que pelo menos dez chefes de Estado participem da reunião.

Haveráainda um painel integrado por vice-presidentes, ministros do Trabalhoe líderes de empregadores e de sindicatos dos 183 países membros daOIT.

Aconferência discute também a igualdade de gênero no universo dotrabalho, com destaque às boas práticas necessárias parasuperar o déficit relacionado ao acesso a direitos,oportunidades de trabalho, proteção social e diálogo social.

Outraabordagem trata do tema HIV/aids, paraelaborar uma recomendação específica sobre o assunto. As sugestões propostas pela OIT ao final da conferência nãoimplicam nenhuma obrigação legal e servem apenas como guia para aação política e legislativa, mas todos os países membros têm aresponsabilidade de enviar relatórios sobre sua aplicação.

Durantea abertura do encontro, o diretor-geral da OIT, Juan Somavia, avaliouque a crise do emprego e da proteção social provocada pela queda naatividade econômica poderá durar entre seis e oito anos e cobroudos delegados um “pacto mundial para o emprego”.

Elelembrou que a economia mundial deveria gerar 300 milhões de postosde trabalho até 2015, mas que o planeta avança “na direçãocontrária”, com estimativas de que o desemprego continuaráaumentando até o final de 2010 ou mesmo até 2011.