Vendas diretas não são afetadas pela crise, diz entidade

12/06/2009 - 16h30

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Há mais de 15anos no ramo, a vendedora de cosméticos Maria Lucia BorgesGomes já não se preocupa com qualquer crise financeira.Representante de uma grande empresa de venda direta, ela revelou àAgência Brasil que este ano vendeu no Dia das Mãesmais do que no mesmo período no ano passado. "Cosmético é artigo deprimeira necessidade para a maioria das mulheres, nenhuma fica sem",justifica. Segundo ela, os batons são uma verdadeira febre."Não importa se está em crise, ninguémdeixa de comprar", afirma.O caso de Maria Lucia não é isolado.Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas deVendas Diretas (Abevd) o volume de vendas no primeiro trimestre deste ano foi 18%superior ao do ano anterior. O volume financeiro de vendas foi de R$4,4 bilhões. "Estes números já eramesperados, porque o nosso setor não sente mesmo os efeitos dacrise", explica Lirio Cipriani, presidente da entidade.Conforme Cipriani, historicamente o setor devendas diretas nunca sofreu com crises porque a relaçãode consumo é muito próxima. "São vizinhos,amigos, parentes, que compram os produtos para ajudar",argumenta. Ainda de acordo Cipriani, os valores dos bens vendidosdiretamente são menores do que os bens duráveis dovarejo, que são diretamente afetados pela crise.Para Cipriani, a tendência é que osnegócios de venda direta melhorem cada vez mais porque, aospoucos, as empresas estão apostando neste filão."Muitas já estão preparando para mudar deestratégia e vender de porta em porta", diz.Para o economista e diretor do programa depós-graduação da Fundação ArmandoÁlvares Penteado (Faap), Tharcisio Santos, é naturalque as vendas diretas tenham um desempenho bom em tempos de crise. "Oconsumo das famílias aumentou. As vendas diretas sãopara uso pessoal, para a família", explica.O presidente da Associação Nacionaldos Vendedores Autônomos de Porta a Porta (Anavapp), JoãoRibeiro, em época de crises as vendas aumentam porque aspessoas procuram uma nova fonte de renda para complementar oorçamento familiar. "Nos últimos dez anos, nossasvendas cresceram mais de 100%", afirma.