Trabalhadores e empresários do setor de máquinas querem renúncia fiscal para evitar demissões

10/06/2009 - 16h03

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) vão apresentar ao governo uma série de sugestões para garantir o emprego e aumentar o acesso ao crédito.As propostas saíram de um encontro de representantes das três entidades, hoje (10), na sede da Abimaq. Agora, eles vão soliciar uma audiência com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge e do Trabalho, Carlos Lupi para falar das medidas que querem propor.As entidades vão pedir a renúncia temporária dos impostos e o empenho do governo para ampliar o acesso ao crédito com a incidência de juros menores.Segundo o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, desde outubro do ano passado, já foram demitidos pelo setor 22 mil empregados e, de janeiro a abril,  foi registrada uma queda de 30% no faturamento. Para ele, o primeiro ponto a ser atacado é o peso da carga tributária, que representa 25% do custo operacional. O executivo também defende uma maior facilidade de acesso ao crédito e que a taxa de câmbio se mantenha em um nível mais equilibrado, na faixa de R$ 2,30 a R$ 2,40.Embora reconheça que cabe ao próprio mercado definir a valorização da moeda norte-americana, já que vigora no país o regime de câmbio flutuante, Aubert Neto pondera que se houvesse mais acesso às linhas de empréstimo destinadas a investimentos em bens de capital, com juros menores, e “a desoneração por meio de menos impostos”, a cotação desejada poderia ser obtida. A importância do câmbio está associada ao fato de que esse setor exporta cerca de 30% de sua produção. “Estamos perdendo mercado lá fora”, justifica.O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, disse que a proibição da importação de máquinas usadas também ajudaria na retomada das atividades da indústria do setor, evitando, assim, que as empresas continuassem a demitir empregados. Já o presidente da Federação dos Metalúrgicos pela CUT em São Paulo, Valmir Marques da Silva, acredita que o governo pode ajudar. “É importante que o governo entenda a necessidade de um reaquecimento do setor e, a exemplo da concessão que fez a outros setores, diminua a carga tributária”, afirmou o líder sindicalista. Ele observou, ainda, que “esse é um setor [de máquinas] expressivo para a economia e na geração de renda e emprego”.