Professores da USP pedem saída da reitora e retirada imediata da polícia do campus

10/06/2009 - 16h33

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Depois de passarem toda a manhã reunidos em assembleia, pouco mais de 200 professores da Universidade de São Paulo (USP) decidiram pedir a saída da reitora da instituição, Suely Vilela, e a abertura de eleições diretas para a escolha de um novo dirigente para a universidade. Os docentes também reivindicam a retirada imediata da Polícia Militar do campus, a reabertura das negociações com o Fórum das Seis (entidade que congrega funcionários, docentes e estudantes das três universidades estaduais de São Paulo), a criação de um grupo para a elaboração de novo estatuto para a USP e a revogação da autorização que concede ao Conselho Universitário a permissão para chamar a polícia ao campus. Além disso, decidiram realizar um ato público conjunto entre as três universidades, ainda sem data marcada.Ainda hoje os professores entregam à reitoria um manifesto com a deliberação da assembleia e as reivindicações dos docentes. A assessoria de imprensa da universidade informou, entretanto, que não sabe se areitora receberá os representantes dos professores.Na avaliação do presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp), Otaviano Helene, a administração da universidade pela reitora Suely Vilela se tornou inviável. “Está cada vez mais difícil para os professores e funcionários trabalharem na USP, e para os alunos estudarem, por conta de uma deterioração causada pela reitora. Ela começou a deteriorar a instituição com a interrupção da negociação salarial, depois com duas entradas da polícia no campus e culminou ontem com aquilo que vimos.”Os funcionários da USP também realizaram assembléia e apóiam a decisão dos professores com relação ao pedido de saída de Suely Vilela da reitoria e da retirada da Polícia Militar do campus. Eles continuam pedindo também a retomada das negociações salariais. A passeata na Avenida Paulista programada para hoje foi transferida para a próxima terça-feira (16). “Depois do que aconteceu ontem, a reitora não tem mais condição moral para permanecer no cargo”, afirmou o diretor do Sindicato dos Funcionários da USP (Sintusp), Magno de Carvalho.Ele informou que não estão previstas mais assembleias hoje no campus, mas que devem ser realizadas diversas reuniões de base em outros locais.