Em preparação para Copa de 2014, governo discute ações de combate à violência nos estádios

10/06/2009 - 20h47

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O Ministério da Justiça estárealizando reuniões com as secretarias de Segurança Pública para buscaralternativas no combate à violência entre torcidas organizadas e garantir asegurança de quem vai ao estádio assistir a jogos de futebol. O primeiroencontro foi hoje (10), em Curitiba.Segundo o consultor jurídico do ministério, RafaelThomaz Favetti, há uma grande preocupação por partedo governo na preparação para a Copa de 2014, emrelação à violência nos estádios. “Quando se fala em torcida organizada opreconceito é muito grande, falta racionalidade a respeito do assunto. A idéiatradicional de que torcedor organizado é marginal não é real”, afirmou.O consultor disse que o Paraná é um exemplo de adoção de boas práticasem eventos esportivos. As experiências doestado deverão ser adotadas no restante do país. “Vou levá-lascomo subsídio na elaboração de políticas públicas de combate à violência.”Ele disseque vai relatar o que vem sendo feito nacapital paranaense aos ministros da Justiça e do Esporte para subsidiá-los no conteúdo do programa do Comitêde Segurança Pública da Copa 2014, que será instalado no próximo dia 24 de junho,em São Paulo.Favetti ressaltou ainda a boa convivência e o diálogo entre as políciasCivil e Militar e as três grandes torcidas organizadas da capital, a ImpérioAlviverde (Coritiba), os Fanáticos(Atlético Paranaense) e a Fúria Independente (Paraná Clube), que sempre se reúnemantes de grandes eventos para definir estratégias de ação.  “São torcidas fortes, famosas em todo o Brasil e há tempos não há registro de pancadarias ou violência nofutebol curitibano.”  Outro ponto quemereceu atenção do consultor foi o fato de as torcidas identificarem previamente as lideranças de bairros e regiões, pois seacontecer alguma violência essa pessoa será responsabilizada. Uma medida que eleconsiderou relevante foi colocar câmerasde vigilância em frente às sedes das torcidas, com um link para a polícia, paraidentificar pessoas envolvidas com drogas ou evitar possíveis confrontos.Um documento assinado pelas torcidas, contendo várias sugestões, foi entregue ao consultor.A idéiado ministério, segundo explicou Favetti, é fazer com que essas torcidas organizadas possam contribuir com o poder público e não excluí-las comoalguns defendem. “Não podemos acabar com organizações, temos que mantê-las, ressaltandoseus pontos fortes.”O combate à violência nos estádios é uma dasações do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).  A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que estabelece regras paraprevenir e punir a violência nos estádios de futebol. O projeto ainda depende de apreciação do Senado.