Manifestação de estudantes, professores e funcionários fecha portões da USP

09/06/2009 - 18h34

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Fórum dos Seis,grupo formado por funcionários, professores e estudantes daUniversidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual deCampinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), fezhoje (9) manifestação em frente à Reitoria da USP. No prédio,funciona também o Conselho de Reitores das Universidades Estaduaisde São Paulo (Cruesp). Os manifestantes pedem a reaberturadas negociações salariais e a retirada imediata da Polícia Militardo campus da USP. Funcionários, professores e alunos dauniversidade estão em greve desde o dia 5 de maio. Segundo um dos diretores do Sindicato dosTrabalhadores da USP (Sindusp), Magno de Carvalho, a pedido dareitoria, a polícia estava no local desde o início da manhã, masno interior do prédio, em uma espécie de "conflito anunciado". Para ele, a presença da polícia era desnecessária.“Ninguém está preparado para o conflito. E não há ocupaçãodos prédios. Estamos fazendo greve e usando uma arma da greve que éo piquete, que, em nenhum momento, confrontou funcionários.” Para Gabriel Casoni, que faz parte do DiretórioCentral dos Estudantes da USP, a reitoria e o governo estadualadotaram uma política impeditiva ao diálogo e optaram por usarforça policial para impor seus interesses. “Por meio de nossomovimento, vamos exigir a retirada da polícia do campus. Nãovamos negociar enquanto a polícia estiver aqui." Ele disse quetem expectativa de uma negociação com o Cruesp. "Estamosfechando o portão da USP porque o Cruesp fechou as negociações, ea reitoria chamou a polícia”.Um dos diretores da Associação dos Docentes daUSP (Adusp), Marco Brinati, pediu a saída da polícia do campus ea abertura de diálogo e negociação. “Essa força militar nãofaz sentido, é uma reação da universidade e da retoria contra ostrabalhadores." Para Brinati, esse não é, entretanto, oprincipal problema. "A reitoria tem tomado uma série deprovidências autoritárias e, quando o movimento organizado serebela contra a intransigência, tem havido isso”, disse oprofessor, afastando a possibilidade de agressão por parte dapolícia porque a manifestação era pacífica. Os trabalhadores exigem reajuste de 10% nossalários, além da reposição das perdas com base na inflação dosúltimos 12 meses até o último mês de abril e o pagamento de umvalor fixo de R$ 200 para todos os trabalhadores, acordado em 2007com a reitoria e não incorporado aos salários até agora. A assessoria de imprensa da USP informou que apolícia foi chamada para que seja cumprida a ordem judicial dereintegração de posse, já que os grevistas fecharam as portas dosprédios e impediram os funcionários que não queriam aderir àgreve de entrar para trabalhar. Segundo a assessoria de imprensa, apresença da Polícia Militar era de caráter preventivo e não haviaintenção de ameaçar os grevistas e manifestantes ou de agredi-los.Segundo as informações, o conselho de reitoresestá negociando com os funcionários e docentes desde o início demaio e, no dia 18, foi concedido aumento de 6,05% aos trabalhadores.Entretanto, a próxima reunião, que seria no dia 25, foi canceladaporque os trabalhadores exigiam a presença de um ex-funcionário, oque não foi permitido. Depois do ato, os cerca de 2 mil manifestantescaminharam em direção ao portão de acesso principal da CidadeUniversitária para fechá-lo por algumas horas. O protestofoi uma forma de levar a causa para fora da universidade. SegundoMagno, os policiais que estavam de prontidão fora da universidaderecuaram e os estudantes fecharam também as ruas próximas, o queprovocou congestionamento na região. Não há horário previsto paraque a manifestação termine.