Copom se reúne pela quarta vez no ano

09/06/2009 - 7h14

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia hoje (9) a quarta reuniãodo ano para avaliar os rumos da taxa básica de juros da economia, aSelic, que remunera os títulos públicos depositados no Sistema Especialde Liquidação e Custódia.A taxa de juros está em 10,25% ao ano desde o dia 29 de abril epode baixar pelo menos mais 0,75 ponto percentual, para 9,50%, deacordo com projeção média do boletim Focus, do BC, divulgado ontem (8), com o resultado de pesquisa feita com analistas einstituições financeiras na última sexta-feira (5).Areunião do colegiado de dirigentes do BC é realizada com intervalomédio de 45 dias e é dividida em duas sessões, sempre no fim datarde. A primeira parte, nesta terça-feira,reúne os dirigentes de departamentos do banco para avaliaçõesestruturais dos diferentes segmentos da economia. No dia seguinte,participam somente os diretores com direito a voto.Embora a maioriados analistas consultados pela pesquisa do BC aposte numa redução de0,75 ponto percentual, há quem defenda uma redução mais vigorosa, porentender que “a queda da Selic é condição essencial para o equilíbrioda dívida pública”, como destaca o presidente da Federação do Comérciodo Estado de São Paulo (Fecomércio), Abram Szajman. Segundo ele,o Copom deve se preocupar em alinhar as políticas monetária e fiscal,de modo a criar condições para investimentos empresariais e a geração deempregos.  A mesma opinião tem o presidente da ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. Ele lembra queapesar de o país ter hoje o juro mais baixo da história recente, continua sendo uma das taxas mais altas do mundo, em termos reais(descontada a inflação), e isso inibe investimentos.Em linhacom a maioria dos pesquisados, o economista-chefe do Banco Schahin,Silvio Campos Neto, diz que o cenário prospectivo para a inflação“permite mais ajustes para baixo na taxa Selic”. Ele acredita, contudo,que o BC vai diminuir o ritmo de afrouxamento monetário, que foi de 1ponto percentual em janeiro, 1,5 ponto percentual em março e novamente 1 ponto percentual em abril.“Nãohá dúvida de que os juros serão novamente reduzidos”, disse CamposNeto. Ele ressalta, entretanto, o comportamento das variáveis maisrelevantes para a determinação da política monetária. A inflação estásob controle e a atividade econômica dá sinais de melhora, mesmo sendouma “recuperaçao ainda frágil”, mas o lado fiscal preocupa em razão datrajetória de redução do superávit fiscal, acrescenta.