Alimentos elevam em 0,43% inflação medida pelo IPC-S da primeira semana do mês

09/06/2009 - 18h34

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Quatro das sete cidadespesquisadas pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal(IPC-S) da Fundação Getulio Vargas mostraram aumentoda inflação no início deste mês. O IPC-Sreferente à semana encerrada em 7 de junho foi divulgado hoje(9) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV e revelavariação de 0,43% no período. O resultado ésuperior em quatro pontos percentuais à taxa apurada em 31 demaio passado. No Rio de Janeiro, oIPC-S subiu de 0,34% para 0,46%. Em São Paulo, a taxa atingiu0,34%, contra 0,30% no final de maio. Na capital mineira, continuou oprocesso de deflação (-0,06), embora não tãoexpressivo como na semana anterior (-1,16%). E, em Porto Alegre,o índice permaneceu praticamente estável e subiu de 0,35% para 0,36%. Segundo o economista do Ibre,André Braz, ogrupo alimentação foi o principal responsável pela elevação dos preços no período. Depois de uma queda acentuada dos produtos in natura, no período anterior, o que está se observandoagora são quedas menores, “mesmo porque existe um limitepara essas quedas”. Ele acredita que as frutas e as hortaliças,por exemplo, já atingiram o limite de redução depreços. “E, agora, nós estamos vendo um períodode aceleração gradual. Ainda há taxas negativas,ma, já há uma clara tendência de aceleração”. Outros produtos, comoarroz, feijão e laticínios, este último porconta da entressafra, começam a ensaiar aumentos fortes,conforme o economista. “Por isso, é natural esperar aumentos do preçodo leite, pelo menos até o final do mês de julho ouprincípio de agosto”. Na avaliaçãode André Braz, está havendo uma aceleração, mas ele não acredita que o fenômeno não vá levar ao aumento muitosignificativo dos preços dos alimentos. “É mais oumenos um ajuste, por conta de quedas muito intensas que aconteceram no médio prazo”. Pela pesquisa da FGV, também foram observadas elevações nospreços administrados, como tarifa de energia, o que tambéminfluenciou o resultado do IPC-S regional da primeira semana de junho. André Brazobservou que esse efeito, no entanto, não é duradouro evai se diluir ao longo do mês de junho, contribuindo para que oíndice não suba ainda mais. A tendência atéa próxima divulgação do índice,programada para o dia 17 deste mês, é que a inflação continue subindo “mas, moderadamente”.