Cigarro é o principal responsável pela alta do Índice do Custo de Vida de São Paulo

08/06/2009 - 17h09

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O aumento do preço do cigarro em função de alterações na cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre o produto foi o principal responsável pela alta das taxas do grupo despesas pessoais, que interferiram diretamente no Índice do Custo de Vida (ICV), no município de São Paulo.O ICV ficou em 0,23% em maio e a contribuição do cigarro para o índice foi de 0,25%. O grupo despesas pessoais como um todo foi o que apresentou maior alta, 6,65%.Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o segundo grupo que mais pressionou o ICV, depois de despesas pessoais, foi habitação, que teve aumento de 0,45%.Alimentação (-0,34%) e transporte (-0,33%) foram os grupos que mais contribuíram para a desaceleração da taxa.De acordo com a coordenadora da pesquisa, Cornélia Nogueira Porto, enquanto a redução do IPI dos eletrodomésticos resultou na queda dos preços do fogão, da geladeira, do tanquinho e da máquina de lavar roupa e impactou positivamente nas classes de menor poder aquisitivo, a alta do cigarro gerou impacto negativo nessa população. “Essa população foi mais beneficiada com essa diminuição do IPI do que as classes mais altas. Por outro lado, foi a mais prejudicada pelo aumento do cigarro porque esses preços afetam diretamente o orçamento dessas classes. O peso do cigarro no orçamento dessa faixa de renda é mensal.”A queda no preço dos alimentos, de 0,34%, foi influenciada, principalmente, por conta dos produtos in natura e semielaborados. As hortaliças registraram baixa de 13,92% e as frutas, de 5,82%. O preço dos legumes caiu 5,42%, com destaque para o tomate (-2,91%), vagem (-10,88%) e abobrinha (-3,11%). Os grãos também tiveram recuo no preço (-3,97%). O feijão baixou 7,13% e o arroz 3,11%. Entre os produtos que registraram aumento, estão as raízes e os tubérculos (6,51%), influenciados pela batata (13,78%); a carne (0,50%); e o leite in natura (0,91%). O leite longa vida aumentou 13,11%.Cornélia disse que a inflação nos próximos meses deve ser baixa, pois nada aponta para aumentos como no mês anterior que indicava que o cigarro teria peso no custo de vida. No acumulado dos últimos 12 meses, o ICV chegou a 5,12% e, neste ano, a 1,66%. “Provavelmente não teremos uma inflação tão alta no ano de 2009. Neste ano, a inflação deve ficar entre 3% e 4%, o que é ótimo”, afirmou.