Relatório aponta deficiência em serviços de saneamento de São Paulo

05/06/2009 - 19h29

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Estudo divulgado hoje (5) mostra que o estado de São Paulo ainda apresenta deficiências na área de saneamento básico. De acordo com o Painel da Qualidade Ambiental, itens como a carga e o tratamento de esgoto e também a gestão de lixo do municípios paulistas tiveram, em 2008, índices abaixo dos parâmetros mínimos exigidos.Orelatório, elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente,avalia 20 pontos divididos em oitocategorias: Qualidade do Ar, Qualidade da Água, SaneamentoAmbiental, Biodiversidade, Mudanças Climáticas, Padrõesde Produção e Consumo, Agenda Ambiental Municipal eFiscalização.Oíndice que mede a redução da carga de esgotolançado nos cursos de água por meio de tratamentoapontou que somente uma parte da poluição (34,39%) foi evitada. Isso significa que menos da metade do esgoto do estadorecebeu o processamento adequado, que inclui a redução em mais de 80% dacarga orgânica, antes do lançamento em rios ecórregos.Naavaliação de desempenho do sistema de esgotos, o Indicadorde Coleta e Tratabilidade de Esgoto do Município (Ictem), quepode variar de zero a 10, atingiu o valor de 4,5, consideradoinsuficiente.Agestão de lixo também foi apontada como insatisfatóriano estado. O índice, que avaliaaspolíticas públicas de coleta, triagem, tratamento edisposição dos resíduos sólidos, ficou em5,7. Esse número pode variar de zero a 10.

O item disposição do lixo, medido isoladamente, foi o únicodos quatro pontos relativos a saneamento que foi classificado comobom, atingindo nota 8,7, na escala de zero a 10.

Segundoo secretário estadual de Meio Ambiente, Francisco Graziano, existemações em curso para solucionar os problemas desaneamento em São Paulo. Segundo ele, até o final doano, todos os municípios com até 50 mil habitantes doestado terão 100% dos esgotos tratados.

“Agorao foco tem que ser na questão do tratamento de esgotos. Aindahá carga remanescente, o painel mostra isso, poluindo os rios,aniquilando a vida aquática”, afirmou.

Ospeixes de água doce foram apontados no estudo como a segundacategoria mais ameaçada de extinção, com 65 das350 espécies conhecidas em risco, o que representa 18,57% dototal. Em primeiro lugar estão as aves, 171 dos 788 tipos depássaros catalogados podem desaparecer, ou seja, 21,70% dototal.

Opercentual de espécies em risco e a área de vegetaçãodestruída de maneira ilegal também foram consideradosacima do tolerável pelo relatório.

Além dadisposição do lixo, quatro pontos estãorelatados como satisfatórios: qualidade das águas superficiais, qualidade da água para abastecimento público, porcentagem de energia renováveis na matriz energética e nível de emissão de dióxido de carbono.

Nove itens tiveram avaliaçãoregular, entre eles, os que medem a emissão de material particulado na atmosfera, a qualidade das águas para vida aquática, a balneabilidade de praias; e o percentual remanescente de cobertura vegetal nativa.

Apenas um item não recebeu avaliação, a pegada ecológica - que corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar,necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentam uma região.

O Painelda Qualidade Ambientalserá submetido a consulta pública por um mês apartir de segunda-feira (8), no site da Secretaria de MeioAmbiente do estado, para receber críticas e contribuiçõesda população. Depois, a secretaria deverá publicar uma resolução que irá estipular o cumprimento de metas anuais.