Ministério da Justiça aguardará pedido das famílias para instalar câmara indenizatória

04/06/2009 - 16h49

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - OMinistério da Justiça vai aguardar o pedido de ajuda das famíliasde vítimas do voo 447 da Air France e estuda a instalação de umacâmara de indenização para tomar as providências necessárias ao atendimento da solicitação. O avião da Air France desapareceu dos radares na noite de domingo (31), ao sobrevoar o Oceano Atlântico, quando faziao trajeto Rio-Paris. Estavam a bordo 228 pessoas, entre passageiros e tripulantes.Asecretária de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Marina Tavares,ressaltou hoje que ainda é cedo para tratar desse caso, mas disseque, se as famílias quiserem, o governo vai ajudar. "Nomomento adequado, se assim as famílias desejarem, nósestaremos à disposição”, afirmou. Acâmara de indenização foi um mecanismo usado paraajudar as famílias de vítimas do voo 3054 da TAM,que se chocou com um um prédio da própria companhiaaérea, ao tentar pousar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, há cerca de dois anos. Segundoinformações do Ministério da Justiça, acâmara só pode ser instalada se as famílias dasvítimas pedirem. A câmara faz a intermediaçãoentre as famílias e as seguradoras – e no caso – acompanhia aérea, para que possam ser feitos os acordos deindenização. Uma das condições para asfamílias entrarem na câmara é a suspensãode processo judicial que requeira indenização.Desdea criação da câmara, em abril de 2008, quase 60famílias de vítimas do acidente com o avião da TAM já entraram em acordo com as seguradoras e acompanhia aérea para receber a indenização.Algumas delas já receberam o que acertaram com a companhia.Ovice-presidente da Associação dos Familiares de Vítimasda TAM, Artelau Xavier, disse que a câmara ajudou as famílias a negociar, num momento de fragilidade, com pessoas experientesno assunto. "De um lado, de um time [o das famílias], é um bocado de criança chorando e, de outro, tem gerente, superintendente de seguradora, que têm debaixar o custo. O negócio é desleal”, afirmou Artelau. Eleveio a Brasília para convidar o ministro da Justiça, TarsoGenro, a participar da cerimônia de encerramento dostrabalhos da câmara indenizatória da TAM. Artelau, que perdeu uma filha no acidente com oavião da TAM, pediu também a Tarso que o inquérito sobre o acidente, conduzido pela PolíciaFederal, seja rapidamente concluído “paraque os culpados sejam apontados e respondam pelas irresponsabilidadescometidas e sejam presos. É isso que nós esperamos”.