Pivô de impasse no Senado, Inácio Arruda sai de comissão da Petrobras e volta à CPI das ONGs

03/06/2009 - 20h31

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pivô do principal entrave para a instalaçãodefinitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado, osenador Inácio Arruda (PCdoB-CE) disse hoje (3) que abriu mão datitularidade na comissão que investigará a estatal para voltar a sermembro efetivo da CPI das Organizações Não Governamentais (CPI dasONGs). Em seu lugar assumirá o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ).Arrudadefendeu a decisão dos partidos da base de apoio ao governo deimpedirem a instalação da CPI da Petrobras em troca da devolução darelatoria da CPI das ONGs à base aliada. “A minha expectativa é de quea oposição não vá até às últimas consequências de que se deve quebrar osacordos”.Na avaliação do senador cearense, as duas comissões não deveriam ter sido“misturadas”. “O problema da CPI da Petrobras tem que ser solucionadopela base, que deve examinar se fará ou não acordo com a oposição”,argumentou Inácio Arruda. “Lá [na CPI das ONGs] tínhamos um acordo ondeo presidente é da oposição, mesmo sem ter condições numéricas para isso. Portanto, a CPI das ONGs não tem nada a ver com isso”, acrescentou.Deacordo com Inácio Arruda, se não houver um entendimento quanto à questãoo Senado viverá um clima de guerra. “Isso [o impasse] força a base dogoverno, se quiser que os trabalhos continuem no Congresso Nacional, aestar todo o dia, a partir das 16h, com maioria absoluta dentro doplenário, o que normalmente não ocorre”, argumentou o senador, apontandouma estratégia dos governistas para enfrentar a obstrução da oposição. “Esserecurso da oposição pode levar as sessões até a madrugada sempre eteremos que manter o número. Teremos um verdadeiro clima de guerra”, concluiu Inácio Arruda.