Greenhalgh testemunha em defesa de Delúbio e diz que mensalão nunca existiu

03/06/2009 - 20h52

Elaine Patricia Cruz e Bruno Bocchini
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo - Para o ex-deputado federal Luiz EduardoGreenhalgh, o suposto esquema de pagamento de propina a deputadospara aprovar projetos do governo federal, conhecido como mensalão,nunca existiu. Disse hoje (3) ao deixar a sede da 2ª Vara Criminal Federal deSão Paulo, onde depôs como testemunha de defesa doex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), DelúbioSoares. Greenhalgh afirmou ainda que o fato de não ter sidoeleito, na época, para a presidência da Câmara,reforça a sua argumentação.“Não existiu o mensalão. Tenhocerteza disso. Não houve nenhum tipo de iniciativa derecebimento de valores, pagamentos para aprovar. A demonstraçãodisso é a minha não-eleição para apresidência da Câmara. Se tivesse mensalão, talvezo resultado seria outro”, afirmou. Greenhalg perdeu a eleiçãopara a presidência da Câmara dos Deputados, em 2005, parao então deputado federal Severino Cavalcanti.O advogado de Delúbio, Celso Vilardi, disseter solicitado o depoimento de Greenhalgh como testemunha de defesapara que ele testemunhasse sobre o período em que presidiu aComissão de Constituição e Justiça (CCJ)na Câmara dos Deputados. “Queríamos saber se tinha havido algumtipo de proposta de algum deputado em relação a questãoda corrupção, e o ex-deputado [Greenhalgh] disse que nunca houve nenhumahistória de corrupção na Câmara nesseperíodo”, disse o advogado.Greenhalgh informou que, durante o depoimento, falousobre a tramitação das reformas tributária e daPrevidência, que ocorreram no período em que presidiu aCCJ. Segundo ele, em nenhuma delas notou a possibilidade de queparlamentares tivessem recebido propinas para a votação dasreformas. “Foram duas reformas feitas. Teve audiênciaspúblicas. As sessões eram transmitidas, televisionadasem tempo real. Acho muito impossível que tenha tido esse tipode coisa”, afirmou.Os depoimentos de testemunhas de defesado caso mensalão prosseguem amanhã (4) na JustiçaFederal em São Paulo. A previsão é de que sejamouvidos o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardosoe o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Eles foramarrolados como testemunhas de defesa do ex-deputado federal RobertoJefferson, que denunciou o esquema do mensalão.