Estratégias para atenção básica à saúde são propostas em seminário internacional

03/06/2009 - 16h33

Da Agência Brasil

Brasília - Com o intuito de discutir métodose soluções para aprimorar o trabalho no sistema de saúde primária do país,estudiosos e demais trabalhadores em saúde do Canadá, da Jamaica e do Brasil sereúnem nesta semana em Brasília para o 1º Seminário Internacional sobre Planejamentoda Força de Trabalho em Atenção Básica à Saúde.Atésexta-feira (5) os profissionais irão trocar experiências internacionais emplanejamento de recursos humanos em saúde e propor estratégias de trabalho nosetor. O objetivo é que as propostas ajudem gestores estaduais e municipais nacobertura adequada de atenção básica à saúde em suas regiões administrativas. Os resultados do encontro vão apoiar os trabalhosdo projeto Consortium, uma parceria entre a Organização Panamericana da Saúde(Opas), Ministérios da Saúde do Brasil, da Jamaica e do Canadá, Núcleo de Educaçãoem Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (Nescon-UFMG) e auniversidade canadense de Dalhousie.O projetoreúne dados de comunidades para desenvolver um modelo de simulação deatuais e futuras necessidades locais de recursos humanos para a atenção básica emsaúde. O diagnóstico vai apontar, por exemplo, os tipos de profissionais que faltam em determinada região. Omodelo de simulação é realizado atualmente em Fortaleza e Belo Horizonte emprojeto piloto, mas que será estendido a outros estados do país e atéutilizado em âmbito internacional, segundo os organizadores do seminário.“Quando se tem esses números se tem a tendência que permite entender quaisserão as necessidades de profissionais de medicina, odontologia e enfermagem emcada localidade, dependendo de seus dados demográficos eepidemiológicos”, explica o coordenador do Consortium no Brasil, RaphaelAguiar.Dadosobtidos com estudos dos organizadores do evento revelam que a Região Norte tem o maior déficit de profissionais da saúde básica. Um dos principaismotivos para a situação é a dificuldade dos gestores municipais em contratar especialistas, já que o contrato geralmente é temporário e namaioria das vezes não oferece ao profissional direitos trabalhistas.Dados coletados no estado da Bahia, que serãoapresentados durante o seminário, mostram que os municípios mais pobres doestado baiano, geralmente localizados no interior, são os que pagam mais carona contratação de médicos, dentistas e enfermeiros. “O município pobre gasta umaparte enorme do dinheiro dele com assistência de saúde à família”, diz odiretor de atenção básica no estado, Heider Pinto.Um exemplo é o município deFeira da Mata que chega a oferecer um salário de R$ 16 mil com carga horária de 18 horassemanais a um médico clínico. O salário do mesmo profissional, em Salvador,está entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.Para reverter a situação, os especialistas devem apresentar sugestões de como solucionar o problema como a realização de concursos públicos para selecionar profissionais em medicina, odontologia e enfermagem. O intuito é implantar planos de carreiras e oferecer cursos de especialização aos profissionais interessados. “Essa solução será apresentada no seminário e é umaopção de estratégia no sistema de atenção básica à saúde”, afirma Heider Pinto.