Marinha não descarta possibilidade de haver sobreviventes do voo 447 da Air France

02/06/2009 - 19h52

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Quase 44 horas após o desaparecimento do Airbus A-330 da Air France em meio ao Oceano Atlântico, a Marinha brasileira não descarta a hipótese de encontrar sobreviventes do voo AF 447, que transportava 228 pessoas. “Até se esgotarem todas as condições, estaremos lá para resgatar sobreviventes”, disse o diretor do Centro de Comunicação da Marinha, contra-almirante Domingos Savio Nogueira.Segundo Nogueira, as temperaturas da água na região onde estão concentradas as buscas têm variado entre 28 e 30 graus (ºC), afastando a hipótese de mortes por hipotermia. “Essas temperaturas permitem a permanência na água por um tempo indeterminado, de forma que a sobrevivência dependeria unicamente da resistência de cada pessoa.”Hoje (2), mais dois navios da Marinha foram deslocados para os locais das buscas. Além de uma fragata, um navio-tanque com capacidade para cerca de 4 milhões de toneladas de óleo vão se somar às outras três embarcações que partiram ontem (1º). De acordo com o contra-almirante, o navio-tanque Gastão Mota vai permitir que os navios permaneçam em alto-mar por tempo indeterminado.“Não se sabe ainda quanto tempo esses navios precisarão permanecer numa distância tão longa. E uma hora eles vão precisar ser reabastecidos”, disse Nogueira.Diferentemente do que a própria Marinha havia anunciado, o primeiro navio militar só deve chegar ao seu destino por volta das 18 horas de amanhã (3). “A previsão era que o navio patrulha Grajaú chegaria às 11 horas, mas ele está enfrentando condições que atrasam seu avanço, com ondas de proa”, explicou o contra-almirante.O Grajaú deixou Natal (RN) ontem (1º) de manhã, mas, em condições desfavoráveis, avança a uma velocidade máxima de 24 quilômetros por hora. Já a corveta Caboclo, que zarpou ontem de manhã, de Maceió, deve chegar ao ponto indicado por volta de meio-dia de quinta-feira (4). A fragata Constituição, que saiu ontem de Salvador, só deve chegar na manhã de sexta-feira (5).“Ainda não chegamos lá porque estamos vencendo distâncias. A velocidade no mar é relativamente baixa se comparada à de aviões”, justificou o contra-almirante.Além das embarcações militares, a Marinha pediu o auxílio de três navios mercantes que passavam pela região onde foi registrado o último contato feito pelos pilotos do avião. “Até o momento eles não reportaram ter avistado qualquer coisa”, disse Nogueira, referindo-se aos dois navios holandeses e um francês.