Técnicos concluem mapeamento do Aquífero Guarani

01/06/2009 - 10h11

Da Agência Brasil

Brasília - A ação dos agrotóxicos nalavoura e a falta de saneamento básico em regiõesmetropolitanas onde se localiza o Aquífero Guaranipodem sobrecarregar o manancial, que tem cerca de 7.500 poçosque abastecem centenas de cidades. Na região do centro dacidade de Ribeirão Preto, em 30 anos, o aquífero baixou60 metros.Esses foram alguns dos problemas constatados pelomapeamento da área, uma das fases do Projeto de ProteçãoAmbiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema AquíferoGuarani, que começou em 2003 e teve os resultados apresentadona semana passada durante na 21ª Reunião do ConselhoNacional de Recursos Hídricos (CNRH), em Brasília.Situado no subterrâneo dos territóriosda Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com extensão totalde 1.200.000 quilômetros quadrados, dos quais 840.000 noBrasil. O aquífero armazena cerca de 30 mil quilômetroscúbicos de água (dos quais apenas 2% podem seraproveitados) e é considerado um dos maiores do mundo .Segundo a geóloga Cláudia Lima, ofato de o nível ter baixado preocupa, mas não égrave. “Sempre que [se]explora, ele diminui, mas à medida que você vai fazendouma gestão mais controlada, diminuindo o número depoços, acaba voltando para o equilíbrio”. CláudiaLima está no projeto desde 2004.Para Luiz Amore, secretário-geral doprojeto, o mapeamento foi a iniciativa mais importante. Ele dissetambém que a gestão do manancial deve ser cada vez maislocal.O projeto é realizado por técnicosdo Brasil, do Paraguai, do Uruguai e da Argentina desde 2003. Oobjetivo do mapeamento foi ampliar os conhecimentos sobre o sistema,formular um marco legal, institucional e técnico de gestãoconjunta entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, implementar umarede de monitoramento permanente, um sistema de informaçõese elaborar o Plano Estratégico de Ações. Oprojeto é pioneiro na América Latina.Outro resultado do estudo é a divisãode quatro projetos- pilotos de gestão; Rivera-Santana; Itapua,Concórdia Salto e Ribeirão Preto. O Brasil éresponsável pela gestão de Rivera-Santana, em gestãoconjunta com o Uruguai e de Ribeirão Preto.A próxima etapa será a implantaçãodo Plano Estratégico de Ações (PEA) que visa aidentificar quais são as ações necessáriaspara resolver as principais ameaças a esse sistema aquífero."[O Aquífero Guarani] é uma das maiores reservas deágua doce do mundo, é estratégia nossapreservar", afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.O programa apontou 11 eixos de açãoa serem desenvolvidos em nível local, regional, nacional etransfronteiriço. Entre eles as que estão maisdiretamente no âmbito do governo brasileiro são acoordenação da rede de monitoramento, o apoio aodesenvolvimento da gestão local e o desenvolvimento deprogramas técnico-científicos específicos paratemas estratégicos. “Acho que o mais importante é agestão no sentido de proteção, preservaçãoe utilização racional [do aquífero]afirmou Cláudia Lima.Foram investidos US$ 22 milhões no projeto,que foi implementado com recursos doados pelo Fundo para o Meioambiente Mundial (GEF) e contrapartidas dos países, com oapoio do Banco Mundial e da Organização dos EstadosAmericanos.A Coordenação Nacional do Projeto noBrasil esteve a cargo da Secretaria de Recursos Hídricos eAmbiente Urbano do Meio Ambiente.