Redução da Selic contribui para equilíbrio da balança comercial, diz secretário

01/06/2009 - 19h09

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A forma mais eficiente e menos onerosa para estimular o equilíbrio dabalança comercial brasileira é a redução da taxa básica de juros(Selic), segundo afirmou hoje (1º) o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.Em entrevista coletiva na qual explicou o comportamento da balança comercial brasileira no mês de maio, Barral mostrou que houve reduções significativas das exportações em relação a abril (-2,7%)e também no acumulado do ano (-22,2%), comparado a igual período de2008, por causa principalmente da volatilidade do câmbio internacional.“Essa instabilidade cambial gera incertezas, dificulta oplanejamento das exportações e provoca insegurança no exportador”, disse Barral. Segundo ele, vários fatores contribuem para essa volatilidade,que é "um dos motivos de preocupação do governo”. Aposição do Ministério do Desenvolvimento é pela redução da taxa de juros, afirmou o secretário.Emboratenha peso diferente em cada setor, Barral acredita que adesvalorização do dólar ante as principais moedas este ano (-15,3% emrelação ao real) tem contribuído para reduzir a competitividade dospreços nacionais no exterior, principalmente dos produtos manufaturados, commaior valor agregado, e que custam mais caro, como aviões, automóveis eautopeças, dentre outros.O secretário enfatizou, porém, que“não existe um valor ideal para o dólar”, uma vez que a moedanorte-americana “tem efeitos diferentes em cada setor”. Daí aimportância, segundo ele, de o câmbio ser flutuante e de o BancoCentral reduzir a taxa de juros, atualmente de 10,25% ao ano, e quedeve baixar para 9,50% na próxima reunião do Comitê de PolíticaMonetária (Copom), dias 9 e 10 deste mês, de acordo com a média dasperspectivas do boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central.Barraldisse ainda que a entrada de dólares no país, principalmente nosúltimos três meses, tem sido um dos principais fatores para a queda dacotação do dólar. O secretário disse que interessa ao governo quecontinue a compra de títulos públicos por estrangeiros. Serão mais dólares na economia doméstica,maior valorização do real e melhor recomposição das reservasinternacionais. explicou. Além disso, acrescentou, “não se cogita aumentar o IOF[Imposto sobre Operações Financeiras] neste momento”.