Produção industrial tem alta pelo quarto mês consecutivo

01/06/2009 - 1h55

Riomar Trindade
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A produção da indústria brasileira cresceu 1,1% em abril na comparação com março deste ano. Foi a quarta taxa positiva de 2009. Em relação a abril doano passado, porém, houve  queda de 14,8%. Na comparação do quadrimestre, a queda foi de 14,7% e nos 12 meses fechados em abril houve recuo de 3,9%, a marca mais baixa desde junho de 1996.Dados divulgados hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que houve avanço no ritmo da atividade industrial em 16 dos 27 ramos pesquisados. O desempenho de maior importânciapara o resultado global foi a venda de veículos automotores (3,3%), queapós forte ajuste de estoques feito no final do ano passado, acumulou61,1% frente a dezembro de 2008, estimulado, principalmente, pela maior produção de automóveis. Entreos destaques, estão também os setores de metalurgia básica (5,1%), borracha eplástico (6,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (8,3%),produtos de metal (6,8%) e material eletrônico e equipamentos decomunicações (5,2%). Tiveram queda no período os segmentos de ediçãoe impressão (-3,1%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalarese óticos (-13,0%) e refino de petróleo e produção de álcool (-1,7%).Segundo os técnicos do IBGE, na  comparação de abril com o mês anterior, todas as categorias de usoregistraram índices positivos. Os segmentos de bens de consumo duráveis (2,7%) e de bens de capital(2,6%) tiveram as taxas mais elevadas. O segmento de bens de consumo duráveis, com a quarta taxapositiva nessa comparação, já acumulou 57,8% de crescimento, em 2009,ante os 48,7% de recuo nos três últimos meses de 2008. Entretanto,o item bens de capital (máquinas e equipamentos para a indústria), que voltou a mostrar crescimento em relação ao mêsanterior, ainda não neutralizou a desaceleração observada em fevereiro e março,quando acumulou perda de 11,2%. O desempenho do setor de bensintermediários (materiais consumidos pelas indústrias para fabricação de produtos) ficou em 1,1%, igual à média da indústria, enquanto bensde consumo semi e não duráveis praticamente repetiu o patamar do mêsanterior (0,3%).Em relação a abril de2008, o setor industrial recuou 14,8%, praticamente repetindo a médiado primeiro trimestre do ano (-14,6%). Além da elevada base decomparação, foi afetado pelo menor número de dias úteis em abril de 2009 (20) frente a abril de2008 (21). A grande maioria (24) dos 27 ramos pesquisados exibiuíndices negativos nessa comparação, vindo de veículos automotores(-24,8%) e máquinas e equipamentos (-32,3%) as maiores contribuições naformação da taxa global, ambos pressionados pelo recuo em mais de 80%dos produtos investigados nos respectivos setores.Tambémregistraram pressões negativas os ramos de metalurgia básica (-27,9%),devido ao recuo do fabrico de lingotes, blocos tarugos e placas de aço; e materialeletrônico e equipamentos de comunicações (-44,0%), sob impacto,sobretudo, de telefones celulares. Entre as três atividades quemostraram aumento em relação a abril de 2008, a mais significativa foi a de fabricação de bebidas (4,8%).