Secretaria rebate tom dramático do relatório da ONU sobre direitos humanos no Brasil

31/05/2009 - 18h38

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SNDH) da Presidência da República reconhece a importância dos relatórios anuais que a Anistia Internacional realiza sobre violações dos direitos humanos no mundo, mas "o que não concordamos é com o tom dramático da avaliação feita sobre o Brasil, sem reconhecer os muitos avanços conseguidos até agora, tais como redução da mortalidade infantil de 35,2% para 24,3% nos últimos anos, período em que o analfabetismo também caiu de 14,7% para 10%", afirmou hoje (31) o secretário- adjunto Rogério Sottili. Rogério também citou números do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que apontam a ascensão social de 14 milhões de brasileiros  favorecidos pela melhor distribuição de renda, que passaram da pobreza absoluta para a classe média. Além disso, segundo ele, o Brasil conseguiu, no ano passado, superar metas de combate à fome estipuladas para 2015 pelo Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Ele diz que “houve avanços fantásticos na redução da fome, nas ações de educação e saúde, bem como no combate à exploração de crianças e adolescentes, dentre outros, e o relatório da Anistia Internacional não cita nada disso”. Rogério Sottili afirma ainda que o Brasil tem “muitos e graves problemas,como o prisional,discriminação racial, homofobia, desigualdades sociais dentre outros. A demanda é muito grande, mas caminhamos bem no encaminhamento das ações de combate à violação dos direitos humanos”. O secretário-adjunto da SNDH reafirma a importância que o governo brasileiro dá ao relatório da Anistia Internacional, mas ressalta que “o relatório peca por não apontar os avanços obtidos até agora”. Ele acredita que seria mais positivo se o relatório passasse a percepção dos avanços, apontando caminhos a seguir, ao invés de citar apenas corrupção no serviço público, violência em áreas rurais e contra povos indígenas, além da disputa de milícias e traficantes nas cidades.