Violência contra trabalhadores rurais no Brasil consta de relatório da Anistia Internacional

28/05/2009 - 10h03

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil continuouregistrando violência contra trabalhadores sem terra, ativistasrurais e desrespeito aos direitos dos indígenas, nos últimosmeses. A constatação é do relatório anualda Anistia Internacional, organização nãogovernamental que investiga violações de direitoshumanos em todo o mundo.Entre os casos deviolação citados no relatório da AnistiaInternacional está a atuação de milíciasarmadas ligadas a proprietários de terra no estado do Paraná.Segundo o documento divulgado hoje (28), em pelo menos duas ocasiõesgrupos armados invadiram acampamentos no interior do estado,ameaçando famílias de sem-terra e destruindo casas elavouras.No Rio Grande do Sul, aorganização cita o caso de um dossiê montado porpromotores e policiais com acusações contra ossem-terra, com o suposto objetivo de criminalizá-los. “Háo reforço de uma política de criminalizaçãodos grupos sociais que lutam pelo direito dos sem-terra”, afirma opesquisador da Anistia Internacional Tim Cahill, responsávelpelo relatório sobre o Brasil.No Pará, odocumento destaca o aumento no número de homicídios e ameaças contra ativistas rurais e a absolviçãode Vitalmiro Bastos de Moura, acusado de mandante do assassinato damissionária americana Dorothy Stang, em 2005.Sobre a violênciacontra os indígenas, a Anistia Internacional chama a atençãopara casos de assassinato, intimidação, discriminaçãoe expulsão de suas terras. Segundo o relatório, atrasosem decisões judiciais contribuíram para a persistênciada violência contra os indígenas.“Tanto os indígenasquanto os sem-terra estão sendo ameaçados pela expansãoe pelos investimentos na agroindústria, que não estágarantindo os direitos dessas populações” diz orelatório.Como exemplo, “maisforte disso”, a Anistia Internacional cita é a situaçãoem Mato Grosso do Sul, “onde a agroindústria e o governo doestado estão pressionando fortemente contra a identificaçãodas terras dos Guaranis Kaiowás”.