Prefeitura do Rio lança novo modelo de gestão em saúde voltado para a atenção básica

28/05/2009 - 16h05

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Com o objetivo de desafogar as emergências dos hospitais e as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Rio de Janeiro,a prefeitura lançou hoje (28) um plano voltado para o fortalecimento e a expansãoda atenção básica de saúde na cidade. O projeto terá início nosbairros de Santa Cruz, Paciência e Sepetiba, zona oeste do Rio, ondecerca de 85% da população conta exclusivamente com os serviços doSistema Único de Saúde (SUS). A previsão é que até março de 2010 todas as ações já estejam implementadas nessa região. Os investimentos de R$ 140milhões são recursos dos governos federal e municipal, sendo que 60%serão custeados pela prefeitura. Dentre as ações, estão previstas acriação de 106 equipes do Programa Saúde da Família, além das 17 jáexistentes, e a construção de 19 clínicas de família, para atender aosmais de 380 mil moradores da região. O prefeito Eduardo Paesdisse que o novo modelo, batizado de Saúde Presente, pretende mudar ofoco da saúde, privilegiando a prevenção de doenças.“Vamosacabar com essa história de as pessoas procurarem uma emergência porqueestão com uma amidalite ou uma dor nas costas. Vamos aproximar opaciente do médico que irá acompanhar a realidade desse cidadão paraajudá-lo a se prevenir de outras doenças.”Paes disse que a metade seu governo é que o serviço de atenção básica atenda a 100% dacidade até o fim de sua gestão (2012). Hoje, o Programa Saúde daFamília (PSF) atende na cidade do Rio cerca de 3,5% da população. Uma das menorescoberturas do país, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Osecretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, explicou que 85% dospacientes que procuram os hospitais emergenciais no Rio poderiam sertratados por um médico de família. “Com o novo modelo vamos diminuir osíndices de mortalidade infantil, os agravos em pacientes comhipertensão e diabetes, por exemplo, pois haverá um acompanhamento eaconselhamento desses pacientes.”Dohman anunciou que os médicos do programa terãoaumento de 100% do salário que atualmente, segundo ele, não chega a R$5 mil, por 40 horas de jornada, já com a gratificação. Os agentescomunitários, peça fundamental do PSF, também terão aumento de salário que hoje é de cerca de um salário mínimo. Umadas novidades do Saúde Presente é a criação de uma central que contarácom equipes de especialistas que, caso necessário, poderão dar apoio aomédico de família via internet, por videoconferência.Outra novidade é que as equipescontarão com agentes de vigilância em saúde na prevenção e no combate àdengue e agentes da Defesa Civil para formar multiplicadores dentro dacomunidade.