Maioria de deputados e senadores é contra terceiro mandato, mostra pesquisa

28/05/2009 - 1h20

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em temposde discussão da reforma política e da possibilidade dese mudar as regras eleitorais e permitir um terceiro mandato parapresidente da República, uma pesquisa feita com deputados esenadores mostra que a maioria deles (51,3%) é contra areeleição para a Presidência.Entretanto,quando perguntados sobre a manutenção dos quatro anosde mandato para presidente e deputados, com apenas uma reeleiçãoe oito para senadores, 32% se disseram favoráveis e 23,3%defendem apenas o aumento do mandato do presidente de quatro paracinco anos, com proibição de reeleição.A pesquisafoi feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar(Diap), que entrevistou 150 parlamentares – 120 deputados e 30senadores. Apesar do número ser bem menor que o total nas duas Casas (513 deputados e 81 senadores), os entrevistados representam aproporcionalidade partidária, de estado e sexo no Congresso.A maioriados parlamentares (53,3%) ainda defendeu que as mudançaseleitorais, resultado da reforma política, comecem a valer jánas eleições do ano que vem.Quanto aosistema eleitoral, 35,3% querem manter o atual sistema, com o voto emlista aberta, em que o eleitores votam diretamente no candidato desua preferência. A proposta de adoção do voto emlista fechada, 30% são favoráveis, mas desde que sejauma lista flexível, em que o eleitor vote preferencialmente emum determinado candidato da lista. O sistemade lista fechada e bloqueada, uma das principais propostas da reformapolítica, encontra apoio de apenas 25,3% dos entrevistados. Emcaso de adoção da lista fechada, 51,3% sãocontra reserva de vagas para os sexos, cabendo à convençãodefinir a ordem dos nomes na lista, independente do sexo.Osentrevistados ainda são favoráveis à atual regrade inelegibilidade, em que o candidato só é impedido dese eleger quando condenado em última instância pelaJustiça ou com trânsito em julgado. Do total, 32%defendem que o candidato só se torne inelegível quandocondenado judicialmente em segunda instância. Quasemetade, 46%, defende a fidelidade partidária relativa, comliberdade para o parlamentar discordar pontualmente do partido, sóperdendo o mandato em caso de mudança de legenda sem motivorelevante. Quanto à fidelidade ampla, com a perda de mandatoem caso de mudança de partido ou desobediência àsdiretrizes partidárias, 42% são favoráveis.Apenas 4% preferem que o mandato pertença ao parlamentar e queele possa mudar de partido sempre que julgar conveniente. Mas, 54% dototal são favoráveis à janela partidária,prazo para que os parlamentares possam trocar de partido treze mesesantes das eleições.Osdeputados e senadores que participaram da pesquisa sãofavoráveis às coligações apenas naseleições majoritárias (51,3%). E, em caso de fimdas coligações, 42,7% defendem a constituiçãode federação de partidos, que não poderáser desconstituída por menos de três anos. E a maioria,58,7%, é favorável ao financiamento público decampanha.