Stephanes rebate críticas de Minc como agressão ou falta de conhecimento da realidade

27/05/2009 - 21h42

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - “Absoluta falta deconhecimento da realidade ou agressão desnecessária”.Assim, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, classificou ascríticas feitas hoje (27) de manhã ao agronegóciopelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, durante discurso em cima de um trio elétrico para um público de cerca de três mil trabalhadores rurais de várias partes do país, queestavam na Esplanada dos Ministérios.Minc, que hoje completaum ano no cargo, disse que “não é correto tratar oagricultor familiar, que tem 50 hectares e trabalha com a família,da mesma forma que aquele que tem 100 mil hectares e às vezesemprega boias-frias e até trabalhadores em situaçãoanáloga à escravidão”. Também chamou osruralistas de “vigaristas” e disse que eles “encolheram orabinho de capeta e agora fingem defender a agricultura familiar”.Stephanes disse que nãoconhece nenhum produtor, no país, que tenha 50 mil hectares deterra ou mais e que na Região Sul, por exemplo, com grandeforça dentro da bancada ruralista, cerca de 90% daspropriedades têm menos de 50 hectares e, portanto, se enquadram entreas pequenas. O ministro também disse que sempre écolocado, em todas as discussões, que a prioridade do governodeve ser os pequenos e médios produtores.“Esse debate tem queser racional, com equilíbrio e com fundamentaçãotécnico-científica. E tem que ser feito comconhecimento da realidade”, respondeu Stephanes.Os deputados daComissão Especial de Monitoramento da Crise Econômica daCâmara, que estavam em audiência pública comStephanes, demostraram mais indignação e disseram que oministro Minc já foi convidado a prestar esclarecimentos àcomissão.“Aprovamos a vinda doministro Minc para que ele venha aqui mostrar o que ele pensa, mascom dados”, disse o deputado Valdir Collato (PMDB-SC). “E aívamos ver quem é vigarista”, completou Abelardo Lupion(DEM-PR).Collato disse ainda queem Santa Catarina 95% das propriedades têm menos de 50 hectares emais de 80% têm menos de 15 hectares, e que esses são osprincipais defendidos, por ele e seus colegas, e também osmais afetados pela desatualização do Código Florestal.