Pescadores protestam em frente à sede da Petrobras contra projeto do PAC*

27/05/2009 - 16h04

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Um grupo de 300 pescadores de comunidades da zona norte do Rio, regiãometropolitana e da Baixada Fluminense, está reunido em frente à sededa Petrobras, no centro do Rio, para protestar contra o projeto GLP da empresa, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)do governo federal. O projeto está sendo executado pelo consórcio GLPSubmarino, que reúne as empresas GDK e Oceânica.Segundo opresidente da Associação Homens do Mar (Ahomar), Alexandre Anderson, as embarcações das obras têm provocado acidentes e danos ambientais na região. “Elesutilizam maquinários e embarcações de grande porte em áreas com até 30 centímetros de água, o que é um absurdo, fazem remoção desubsolo marinho, causando mortandade de peixes e aparecimento de muitaquantidade de óleo.”Anderson disse que, além da falta de peixes, osdutos em construção na Praia de Mauá, naBaía de Guanabara,  impedem otrabalho de cerca de 3 mil pescadores, entre caranguejeiros,catadores de siri e pescadores artesanais de rede. Esses dutos são usados para escoamento de gás de cozinha.O Consórcio GLP Submarinoesclareceu, por e-mail, que não foi informado formalmente sobre acomprovação de danos ao ecossistema na região em que executa as obras na Baía de Guanabara, em Magé, e que desenvolve suasatividades em estrita observância da legislação pertinente. ASecretaria Municipal de Turismo e Meio Ambiente de Magé notificou o consórcio para a regularização de duas exigências em relação aocanteiro, o que já está sendo providenciado. Sobre as manifestações daAhomar, o Consórcio GLP Submarino reitera que jamais entrou emconfronto com os pescadores. Sempre buscou o amparo da Justiça, agindoestritamente dentro da Lei, para garantir o prosseguimento de suasatividades e a integridade de seus colaboradores e de seu patrimônio. O consórcio repudia, de forma veemente, qualquer tentativa de ligá-lo auma conduta vil.No protesto, os manifestantes se vestiram com roupas de luto pelo assassinato do pescador Paulo Cezar dosSantos Souza, que era tesoureiro da Ahomar e foi morto no dia 22 de junho,com cinco tiros no rosto e na nuca, na frente da mulher e dos filhos,em Magé (RJ). A assessoria decomunicação da Petrobras informou que a empresa não vai se manifestar sobre o assunto, visto que apenas as empresas do consórcio e asinvestigações da polícia podem responder as denúncias feitas pelospescadores. O presidente da associação dos pescadores disse que o gruponão sairá da sede da empresa enquanto não for recebido porrepresentantes da Petrobras.