Brasil ainda tem 119 mil "professores leigos", aponta censo

27/05/2009 - 21h13

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No Brasil, 119 milprofessores de escolas públicas e particulares não têma formação mínima necessária para exercera docência na educação básica. Os chamados“professores leigos” cursaram só o ensino fundamental(15,9 mil) ou o ensino médio regular (103,3 mil). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) exigeque a formação de docentes seja em nívelsuperior, em cursos de licenciatura, admitindo-se o nívelmédio na modalidade Normal apenas para quem atua nos anos iniciais do ensino fundamental ou na educação infantil. Essas e outrasinformações sobre a formação e o perfildo professor brasileiro foram apontados pelo Censo Escolar de 2007. Para resolver esse e outros problemas de formação dosprofessores que trabalham na rede pública de ensino, o governolança amanhã (28) um pacote de medidas voltadas aomagistério. Os professores leigosrepresentam 6,3% do total de docentes pesquisados pelo censo eatendem 600 mil alunos. Entre os que possuem só o ensinofundamental, a maioria leciona em turmas dos anos iniciais do ensinofundamental e na pré-escola. Já os professores quepossuem formação em nível médio, mas semhabilitação para o magistério, concentram-se emboa parte no ensino fundamental. Segundo a secretária deEducação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda,para os "professores leigos" que atuam na educaçãoinfantil o ministério já oferece o Pró-Infantil,curso de formação que em 2009 atenderá 12 mildocentes. Dos 15 mil professores com escolaridade em nívelfundamental, 8 mil concentram-se na Região Nordeste.Na avaliaçãoda secretária, a presença de "professores leigos" em salade aula é grave, mesmo em etapas iniciais como a educaçãoinfantil. “A creche e a pré-escola são espaçosimportantes para as crianças terem acessos a normas dasocialização, da vida em grupo. Se elas sãocuidadas por pessoas sem uma formação específicapara lidar com a primeira infância, eles terão cuidado,mas não terão a educação”, avalia.