Secretário diz que não tem para onde levar 1,2 mil internos de presídio interditado

25/05/2009 - 22h38

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário deJustiça do Espírito Santo, Ângelo Roncalli,informou hoje (25) que a decisão judicial de interditar a Casade Custódia de Viana é para ser cumprida, mas que ogoverno do Espírito Santo não tem para onde mandar os maisde 1.200 internos que estão na unidade. “Não temoscomo retirar 1.236 presos que estão lá (Cascuvi) hoje.Não há essa possibilidade. Nem em 15 dias temoscondições de retirar. É preciso lembrar que tododia se prende gente e que todo dia o gestor prisional tem quereceber”, disse.Roncalli voltou a dizer quepretende demolir a Cascuvi após a inauguração de trêsunidades menores com capacidade para abrigar, juntas, pouco mais de 430presos. “Decisão judicial, nós temos como princípiocumprir. Com relação ao plano para desativar a Cascuvi,esperamos que seja concluído o processo jurídico paranão exigência de licitação para aconstrução dessas unidades, que seriam entregues emseis meses. Vencida essa fase, a obra será contratada e euespero que no máximo em 15 dias”, informou.O restante dos presosseria transferido até julho de 2010 com a construçãode mais três unidades. Elas criariam mais 874vagas. “Isso é o que é possíval construirnaquela área. Temos um problema de espaço físico", afirmou.O secretário reclamou que não foi convidado oficialmente paraparticipar da audiência pública e que o governo doEspírito Santo ainda não recebeu o relatório,assinado por Schecaira, que serviu de base para que o CNPCPsolicitasse a intervenção federal no estado. “Queremosreceber esse relatório oficialmente até para darmos umaresposta ao CNPCP”, disse o secretário que pretendeparticipar no início de junho da reunião do CNPCP, emBrasília.O relatório denunciao esquartejamento de presos, indícios de tortura, más condiçõesda Cascuvi e a guarda de internos emcontêineres no Presídio de Novo Horizonte em Serra, na regiãometropolitana de Vitória.