Ministério Público considera legal participação da Abin na Satiagraha, reafirma procurador

26/05/2009 - 17h58

Elaine Patrícia Cruz e Bruno Bocchini
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo - O procurador da República Rodrigo de Grandis reafirmou hoje (26) que o Ministério Público Federal (MPF) considera legal a participação de agentes da Agência Brasileira de Inteligência  (Abin) na Operação Satiagraha, realizada pela Polícia Federal (PF) para investigar crimes financeiros. Em decisão tomada ontem (25), o juiz da 7ª Vara Criminal Federal em São Paulo Ali Mazloum discordou do MPF e rejeitou o pedido de arquivamento do processo que investiga a cooperação entre a Abin e a PF.Segundo o procurador, a manifestação do juiz não “influencia em nada” o andamento da Ooperação Satiagraha. Ele alegou que o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, sediado em São Paulo, órgão ao qual o juiz Mazloum está subordinado, já havia decidido que não havia irregularidades na participação da Abin na operação. “O TRF da 3ª Região já dicidiu, em habeas corpus e por votação unânime, que as provas [da Satiagraha] são válidas. E que a participação da Abin na investigação é regular e legítima”, disse.Em sua decisão de ontem, o juiz disse ter observado “existência de vários telefonemas, [entre] celulares e gabinetes, entre Protógenes [Queiroz, delegado da PF], coordenador da operação, com o procurador da República, e com o juiz federal [Fausto de Sanctis] do caso”. Para o procurador, o fato de o juiz tê-lo citado na denúncia não traz preocupações. “Isso não me preocupa de maneira alguma, porque o procedimento do MPF e do procurador encarregado do caso, de conversar com o delegado que preside as investigações é comum e regular”. Segundo ele, essa troca de informações é comum e acontece em várias operações deflagradas pela PF. “O contato, antes de ser algo anormal, é necessário. Seria absurdo e irregular o fato de o procurador ou  o delegado conversar com o investigado, ou se tivesse uma ligação entre Daniel Dantas e o procurador da República”, afirmou.A decisão do juiz Ali Mazloum será agora encaminhada à Procuradoria-Geral da República.