Base governista desiste da lista fechada e só vai votar pontos de consenso da reforma política

26/05/2009 - 18h50

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Líderes de dez partidosda base aliada do governo decidiram há pouco, em reunião, votar nesteano apenas os pontos de consenso da reforma política, uma adequação dalegislação eleitoral e uma proposta de emenda à Constituição (PEC), queprevê uma revisão constitucional em 2011 nos temas ligados à reformapolítica. Com a decisão, matérias polêmicas como a chamadalista fechada de candidatos para as eleições proporcionais estarão forada pauta de discussão da reforma política este ano. Segundo o líder doPMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), todos os partidos da basesão favoráveis à votação do financiamento público de campanhas, mas amaioria é contra a lista fechada de candidatos.Em relação aofinanciamento, o líder disse que, para ser votado, será necessárioencontrar de que forma ele pode ser feito sem a votação da listafechada. “Vamos votar aquilo que puder ser construído. Não adiantaaprovar uma reforma por três ou cinco votos. A reforma política vaidecidir o destino dos partidos, dos candidatos e dos políticos. Entãotem que ser uma coisa agregadora. Não pode ser um conflito no plenário”, disse Alves.Segundoo líder peemedebista, é necessária uma construção do entendimento emtorno dos pontos de consenso da reforma, “até porque oito partidosestão obstruindo as votações da Câmara e eles podem até paralisar tudopor conta do desentendimento em relação à reforma política”. Alves informou que a decisão agora é votar a adequação nalegislação eleitoral – processo da eleição – “para não deixar esse vácuoque o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] aqui e acolá é obrigado a preencher”.“Deixamos claro nareunião que não vamos votar a lista fechada. Discutimos qualquer coisa,menos a lista”, disse o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), umdos partidos que vem lutando contra a votação da lista fechada decandidatos. Segundo ele, os aliados firmaram acordo para  aprovar oquanto antes a PEC de autoria do deputado José Genoino (PT-SP), quepropõe uma revisão constitucional em 2011 nas regras do sistemaeleitoral brasileiro da reforma política.De acordo com Arantes,o seu partido defende uma reforma política ampla, uma vez que o sistemaeleitoral como está hoje é ruim e votar um remendo pode ficar aindapior. “O sistema como está é ruim. Aprovar um remendo meia boca ficapior ainda”, disse.Participaram da reunião, os líderes do PP,PR, PTB, PSB, PDT, PSC, PMN, PRB, PMDB, PT, além do líder do governo naCâmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS). Após a reunião, olíder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), reclamou da decisão dosaliados em adiar a votação da reforma política. Segundo ele, estavatudo acertado para a Câmara aprovar amanhã (27), um requerimento deurgência para a votação dos projetos da reforma política.Quinta-feira passada (21), em reunião na casa do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), destinada a discutir a votação da reforma política, os líderes partidários  fecharam um acordo para votar amanhã (27) o requerimento de urgência para a matéria, o que foi inviabilizado com a decisão de hoje da base governista.