Mercado interno impulsiona nova modernização na indústria brasileira, avalia economista

25/05/2009 - 9h24

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A preservação da rendado trabalhador brasileiro, a melhora do salário mínimo,garantindo o prosseguimento de um processo de expansão derenda no país, além da redução da taxa dedesemprego e a geração de postos de trabalho sãosinais que sugerem que o mercado interno vai conseguir manter odinamismo que vinha exibindo anteriormente. Ao mesmo tempo, isso vaiprovocar uma onda de mudanças e reestruturaçõesna estratégia das indústrias nacionais.

A avaliaçãofoi feita pelo economista David Kupfer, coordenador do Grupo deIndústria e Competitividade (GIC), do Instituto de Economia daUniversidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ), em entrevista àAgência Brasil.“Acredito que aindústria nacional vai ter um ambiente econômicomelhor para conseguir estruturar mais uma rodada de modernização,de incorporação de novos produtos, de aumento deeficiência e produtividade. Isso seria um resultado muitopositivo e pesadamente desejável, na medida em que vairealimentar esse ciclo virtuoso no mercado de trabalho”.

É dessa formaque o economista avalia que a indústria brasileira poderáobter ganhos de competitividade para ocupar um papel de destaque nomundo pós-crise externa. O tema será debatido pelaFederação das Indústrias do Estado do Rio deJaneiro (Firjan), hoje (25), quando secomemora o Dia da Indústria. Kupfer disse que a criseinternacional foi muito profunda e abalou as estruturas da indústriabrasileira, que viu posta em xeque a trajetória atéentão delineada de crescimento e expansão. Para ele, isso nãofoi de todo ruim porque emboraestivesse apresentando um crescimento satisfatório, osfundamentos estruturais da indústria não se mostravamorganizados.

Afirmou que, entreoutras razões, isso ocorreu porque o que justificava aexpansão da indústria era em boa parte o aquecimento excessivo do mercado mundial em termos de quantidade para osexportadores, “que estavam se beneficiando dessa fome demercadorias no mundo”,. Além disso, houve osefeitos dos preços que essa “bolha” estava trazendo e queproduziam resultados, em termos de rentabilidade, muito bons para aatividade em geral.Para DavidKupfer, por enquanto a economia mundial vai apresentar um quadro emque as exportações e o mercado externo vão ficarem um nível menos relevante em termos de atratividade denegócios, enquanto o mercado interno vai passar a ter um papelmais firme no direcionamento das estratégias de preços.No caso brasileiro, ele ressaltou que o mercado doméstico estáconseguindo sobreviver de maneira positiva e, em certo sentido, atémelhor do que a prevista em relação ao tombo da crise.