Lula e Chávez encontram-se em Salvador, mas não deve sair decisão sobre refinaria

25/05/2009 - 21h29

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez, daVenezuela, realizam amanhã (26), em Salvador, mais um encontrotrimestral de trabalho. E deverão, mais uma vez, adiar o anúncio daparceria entre a Petrobras e a petrolífera venezuelana PDVSA naRefinaria Abreu e Lima, no Porto de Suape, em Pernambuco.Espera-se, no entanto, alguma posição por parte das duasempresas quanto à continuidade das negociações, uma vez que venceamanhã o contrato de associação firmado em setembro do anopassado. Tal contrato expiraria no dia 26 de março, mas foiprorrogado por 60 dias após reunião, em Brasília, entre o ministrode Minas e Energia, Edison Lobão, o presidente da Petrobras, JoséSergio Gabrielli, e o ministro de Petróleo e presidente da PDVSA,Rafael Ramirez.Na ocasião, após duas horas de conversas semconsenso, as duas petrolíferas decidiram criar comissões mistaspara estudar questões legais que impedem a concretização dasociedade e deixaram a decisão final para o encontro entre ospresidentes. Desde então, as conversas pouco avançaram. Não ocorreram novasreuniões entre ministros – Lobão sequer integrará a comitiva deLula na reunião de Salvador – e, sozinhas, a Petrobras e a PDVSAnão conseguiram solucionar o principal impasse das negociações: aintenção da empresa venezuelana de comercializar no Brasil os 40% aque terá direito na produção da refinaria. A parceria vemsendo negociada desde 2005, e os presidentes Lula e Chávez vêmtentando impulsionar a parceria nos encontros trimestrais detrabalho. Enquanto a sociedade não se concretiza, a Petrobras toca osozinha o projeto de cerca de US$ 4,05 bilhões, com previsão deinício das operações no segundo semestre de 2010. Alémdisso, o Tribunal de Contas da União (TCU) teria encontrado indíciosde pelo menos 12 irregularidades no contrato entre a Petrobras e asempreiteiras responsáveis pela obra da refinaria, entre elas osuperfaturamento de mais de cerca de R$ 59 milhões A refinaria écitada como fonte de desvio de dinheiro público na investigação daOperação Castelo de Areia, deflagrada pela Polícia Federal, e deveser um dos focos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) daPetrobras, no Senado.