Idade é principal fator de restrição no processo de adoção, diz magistrado

25/05/2009 - 20h32

Da Agência Brasil

Brasília - A idade das crianças ainda é o principal entrave nos processos de adoção, segundo o vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Francisco Oliveira Neto. Dos 17.985 cadastrados no país, 70% só aceitam adotar criançascom, no máximo, 3 anos de idade. Entretanto, das 2.583 criançasque aguardam adoção, apenas 7% têm menos de 3 anos.De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pormais que o número de pessoas habilitadas para adoção supere onúmero de crianças aptas a serem adotadas, a maioria dospretendentes estabelece critériosque dificultam o processo.Além da idade, outro entrave é a adoção de crianças que têm irmãos. Segundo Neto,83% dos pretendentes só aceitam adotar crianças sozinhas, porém,no banco do cadastro, cerca de 35% dessas crianças possuem irmãos.De acordo com dados do CNJ, cerca de 7 mil pessoas desejam adotarcrianças brancas, que são apenas 30% dos menores cadastrados.“Porisso, já é possível ver a grande diferença entre o que sepretende e entre a criança disponível para adoção”, afirmou o magistrado em entrevista hoje (25), Dia Nacional da Adoção,à Radio Nacional.Para ele, é necessário que as pessoas repensem esses critériospara que o processo seja bem sucedido. OCadastro Nacional de Adoção do CNJ foi criado em abril de 2008 paraauxiliar os juízes das Varas da Infância e da Juventude na conduçãodos processos. Para Neto, a ferramenta possibilita adesburocratização do sistema de adoção.Segundoele, antes do cadastro, o pretendente tinha que abrir o processo nacidade em que reside, para depois levar as cópias às Varas daInfância e da Juventude de outras cidades. “Hoje, não énecessário fazer mais nada disso. Quando a pessoa faz a habilitaçãona cidade de residência, ela pode ser consultada pelas 3 milVaras da Infância e da Juventude do país”, disse. Oúltimo balanço do CNJ indicou que São Paulo é o estado com maiornúmero de crianças cadastradas. No estado há 5.863 pretendentes e 1.102crianças aguardando por adoção. O Paraná ocupa a segundaposição com 3.154 pretendentes para 296 crianças e em terceiroestá Minas Gerais, com 2.341 pretendentes para 254 crianças. ODistrito Federal é a unidade da federação onde a relação é maisequilibrada, são 182 crianças aptas à adoção para 414pretendentes.