Mãe espera há seis anos esclarecimento sobre morte de filho carbonizado um dia após ser preso

23/05/2009 - 11h07

Marco Antonio Soalheiro
Enviado Especial
Vila Velha (ES) - Quaseseis anos depois, a morte de um jovem de 18 anos encontrado com o corpocarbonizado um dia após ser preso no Departamento de Polícia Judiciária(DPJ) de Vila Velha segue sem esclarecimentos por parte dasautoridades competentes. Tiago Luiz Oliveira, 18 anos, foi preso por porte ilegal de arma no dia 5 de dezembro de2003. Sua irmã foi à delegacia às 22 horas e foi informada porpoliciais de que ele tinha sido liberado. No dia seguinte, o corpo deTiago foi encontrado na Barra do Jucu, num local que, segundo aAssociação de Mães e Familiares de Vítimas de Violência do EspíritoSanto (Amafavv/ES), é usado como desova de grupos de extermínio eesquadrões da morte.Em fevereiro de2004, o secretário de Segurança, Rodney Miranda, afastou dois delegadose 31 policiais civis que estavam no DPJ na noite em que Tiagodesapareceu. O inquérito, entretanto, não foi concluído, o que motivouum pedido de federalização protocolado pela Amafavv/ES noMinistério Público Federal no Espírito Santo. O pedido enfatizaque a Polícia Civil não tem “isenção suficiente para ficar à frente dasinvestigações”. A mãe de Tiago, Raimunda Oliveira, disse só manteras esperanças de ver a morte do filho esclarecida pela “Justiça Divina”. A família suspeita que a morte tenha sido planejada e executada por policiais civis que tinham "implicância com Tiago".A assessoria de imprensa da Polícia Civil do Espírito Santo disse não ter informaçõessobre o inquérito. O delegado da DPJ foi consultado pela assessoria,mas também alegou desconhecer o caso, ocorrido quando ele nãotrabalhava na unidade.