Falta de investimento é causa de baixo índice de acesso a cursos profissionalizantes, diz secretário

23/05/2009 - 11h46

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O baixo índice de acesso dos trabalhadores desocupados a cursos dequalificação profissional, revelado pela PesquisaNacional por Amostra de Domicílios (Pnad), reflete a falta deinvestimentos públicos no setor mas pode ser revertido com aexpansão do ensino técnico prevista para os próximosanos. A avaliação é do secretário de Educação Profissional e Tecnológica doMinistério da Educação (MEC), Eliezer Pacheco, que prevê aaplicação de R$ 2 bilhões até 2010 nossistemas federal e estadual de educaçãoprofissionalizante.De acordocom a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), mais de 60% dos 8 milhões de trabalhadores queestavam desocupados em 2007 nunca tinham frequentado cursos deeducação profissional, segmento que inclui aulas dequalificação para o trabalho, curso técnico denível médio e graduação tecnológica.“OBrasil historicamente não investiu em formaçãoprofissional. Não se acreditava que o país pudessecrescer a passos largos. Quando o Brasil começou a crescerpercebeu-se a enorme falta de mão de obra. Mas éevidente que as políticas educacionais não dãoresultados a curto prazo”, argumentou.Pachecoacredita que a situação será revertida com aampliação do acesso de estudantes a essa modalidade deensino. Entre as medidas tomadas pelo MEC, segundo o secretário,estão a expansão da rede pública de escolastécnicas – tanto federais quanto estaduais, o fortalecimentodo programa de educação profissional a distânciae a parceria com o Sistema S para que até 2014 70% das vagasem cursos do Serviço Nacional do Comércio (Senac) e do Serviço Nacional da Indústria (Senai) sejam gratuitas. “É umaexigência que fizemos na medida em que o sistema éfinanciado com recursos públicos”, explicou.Entre osestudantes, ocupados ou desempregados, que já frequentaramalgum curso de educação profissional, a maioriamatriculou-se em instituições particulares – 53,1% dototal. Apenas 22,4% receberam a capacitação no ensinopúblico e o restante passou pelo Sistema S (Senac, Sesi, Senaietc).Naavaliação do secretário do MEC, a predominânciado setor privado se deve à inclusão dos chamados cursoslivres como educação profissional. “É difícilcolocar na mesma pesquisa o ensino técnico [oferecido pelasinstituições públicas] e a qualificação,que são pequenos cursos, que muitas vezes não formam.Isso é o que aumenta o percentual de participaçãodas instituições privadas”, calcula.