Maior parte dos alunos de cursos profissionalizantes está em instituições particulares

22/05/2009 - 15h05

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Asinstituições particulares de ensino concentram a maiorparte (53,1%) dos alunos que frequentam ou já frequentaramcursos de educação profissional. Cerca de 19 milhõesde pessoas participam de cursos oferecidos por essas entidades,enquanto as públicas respondem por um percentual bem maisbaixo, de 22,4%, o que corresponde a 8 milhões de brasileiros.Nesteramo, estão incluídas escolas, faculdades,universidades e entidades, como sindicatos, igrejas e organizaçõesnão governamentais que oferecem qualificaçãopara o trabalho, cursos técnicos de nível médioe graduação tecnológica.O restantedos 35,6 milhões de pessoas que estão inseridos ou jáparticiparam da educação profissional, é ou foiatendido por estabelecimentos vinculados ao chamado Sistema S (Senai,Sesi Senat, entre outros).Os dadosfazem parte de um levantamento sobre a educação dejovens e adultos no país, divulgado hoje (22), pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nasinformações da Pesquisa Nacional por Amostra deDomicílios (Pnad) de 2007.De acordocom o secretário de Educação ProfissionalSubstituto do Ministério da Educação (MEC),Getúlio Ferreira, os dados ainda revelam a predominânciada educação privada nesse setor, mas ele acredita quecom os esforços que o governo federal vem implementando paraampliar a oferta na rede pública, a melhora nos indicadoresserá percebida nas próximas pesquisas.“Esse éum grande compromisso do governo federal, de investir na educaçãoprofissionalizante. Até 2010, mais 241 escolas federaisoferecerão esses cursos, além das 140 que játemos atualmente.” Alémdisso, segundo o secretário, mais de 750 escolas públicasdos estados serão atendidas com novos programas, laboratóriosde informática e equipamentos para a educaçãoprofissional.Antes dever essa expansão do sistema, o motorista Leopoldo de Santanaconta que não encontrou o curso que desejava fazer eminstituições públicas. Por isso, precisou pagarpelas aulas de direção defensiva.“Hoje emdia qualquer empresa, para contratar um motorista, exige que sejafeito esse curso de qualificação. O problema éque não encontrei instituições públicasque oferecessem [a matéria]. Precisei arrumar dinheiroe pagar mesmo”, afirmou.O estudomostra, ainda, que os cursos de qualificação concentram81,1% do total de 35,6 milhões de pessoas que frequentavam em2007 ou já haviam frequentado aulas de educaçãoprofissional, enquanto os cursos técnicos de nívelmédio respondem por 18,2% do total, e os de graduaçãotecnológica, por 0,7%.A áreamais procurada, no caso dos cursos de qualificação, éa informática, que representa quase metade (45,5%) das 4,9milhões de alunos desse tipo de ensino. Entre os estudantes decursos técnicos de nível médio, o segmento dasaúde concentrava a maior proporção (20,2%).