Escola em favela do Rio vai oferecer atendimento médico e cursos profissionalizantes

22/05/2009 - 18h45

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Uma experiênciainovadora em educação começa a ser desenvolvidaem uma das maiores favelas da capital fluminense. Na regiãocentral do Complexo do Alemão, a Escola Teophilo de SouzaPinto, com capacidade para atender 1,2 mil alunos, vai oferecer, demaneira integrada, educação, cultura, saúde eprofissionalização. O novo modelo seráimplantado junto com uma novaproposta de ensino elaborada com a comunidade, no próximo ano letivo. “A ideia éenxergar o aluno em sua complexidade e prepará-lo para omercado de trabalho. Em uma área onde as crianças têmbaixa auto-estima, se sentem excluídos, a mudança noensino e na infraestrutura é uma forma de mantê-losaqui”, disse a diretora da escola, Anete Pinhel.As mudançasjá começaram. A unidade ganhou recentemente telefones ecomputadores com acesso à internet. Um projeto doartista plástico Luiz Stein deu às paredes e aoscorredores, novas cores. Tons de amarelos, laranja e azul, quesegundo o artista estimulam a criatividade e a liberdade, chamam aatenção dos alunos e os muros que cercam a escola serãotrocados por cercas.“Aqui as pessoas prometem muita coisa,mas nada acontece. Mas parece que, dessa vez, as coisas vãoficar prontas mesmo, e nós estamos gostando muito de todas asmudanças”, disse a aluna Lidiane Malta, de 17 anos.Asecretária de Educação, Tereza Porto, afirmouque o projeto modifica a presença do estado na comunidade edeve servir de exemplo. “Vamos introduzir aqui um modelo deformação diferente, com ensino médio integrado,com formação profissional de nível básicoe em tecnologia da informação, açõesculturais importantes e apoio psicológico”, disse.Oscursos profissionalizantes devem ser financiados pelo Ministérioda Educação, que vai investir na construçãode um prédio anexo à escola. A parceria foioficializada hoje (22) e compreende a instalação de umauditório, um cineclube, salas de aula e um laboratóriode informática. Os equipamentos também poderãoser utilizados pelos moradores, fora do horário de aulas. OComplexo do Alemão é uma das comunidades marcadas pelaviolência. Em 2007, foi ocupada pela Força Nacional deSegurança. Por mais de um ano, as tropas se revezaram emoperações de combate ao tráfico de drogas. Asações foram cercadas de denúncias de violaçãodos direitos humanos.