Saída para a pobreza está no mercado de trabalho, avalia economista

21/05/2009 - 20h38

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O mercado de trabalho é aúnica saída para a pobreza no Brasil, de acordo comestudo apresentado hoje (21) pelo economista Roberto Cavalcanti deAlbuquerque, diretor técnico do Fórum Nacional,realizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), na sede doBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no Rio deJaneiro.

“A única saídapersistente, segura, cidadã, autônoma para a pobreza éo emprego, a ocupação geradora de uma renda e de segurosocial razoável”, afirmou Cavalcanti, em entrevista àAgência Brasil. O estudo mostra comoestão os pobres diante do mercado de trabalho. E a resposta éque “eles estão muito mal, porque o mercado de trabalho, hoje,exige qualificação”. Cerca de 70% dos pobres sãoanalfabetos funcionais.

De acordo com apesquisa, o mercado de trabalho está empregando“preponderantemente” pessoas com maior nível deescolaridade. Ou seja, mais de 76% das pessoas contratadas têmnove anos ou mais de estudo. “Há um desequilíbrioentre a oferta e a demanda por trabalho. De outro lado, a políticade qualificação da pobreza é muito mais baixa doque o nível de qualificação dos nãopobres”.

Cavalcanti destacou anecessidade de se fazer, no Brasil, um grande esforço deeducação e qualificação das populaçõesmais pobres para que elas possam ser inseridas no mercado detrabalho. “E talvez, até, um esforço de intermediaçãono mercado. O governo tem instrumentos para isso”, disse. Eleadvertiu, porém, que isso deve ser feito em nívelmunicipal ou, no máximo, microrregional.

Na avaliaçãodo economista, a pobreza é má inserçãoeconômica e má inclusão social. A taxa dedesemprego entre os pobres em 2007 atingiu 19,7%, contra uma taxa dedesemprego global no país de 8,4%. Dentre os empregados, apercentagem dos pobres com carteira assinada chega a 45%, contra 88%do total de empregados da população. Para Cavalcanti, ogrande problema da informalidade está na pobreza.