PMDB só deve indicar representantes na CPI da Petrobras na próxima quarta-feira

21/05/2009 - 1h29

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O PMDB só deve indicar na próxima quarta-feira (27) os nomes dos três senadores que vão integrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. O líder do partido, Renan Calheiros (AL), continua as conversas com os vários parlamentares e deve ter um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o assunto tão logo ele chegue da viagem à Turquia.O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), determinou a líderes partidários, na última terça-feira (19), que comuniquem as indicações à Mesa Diretora num prazo de cinco sessões. Caso algum líder não tenha apresentado os nomes até a próxima terça-feira (26), quando termina o prazo, Sarney terá mais três sessões para fazer as indicações.Enquanto isso, continuam as conversas no Senado sobre a instalação dos trabalhos da CPI e, especialmente, a possível divisão dos cargos de direção – relatoria e presidência – entre a base aliada e a oposição. O DEM e o PSDB têm três titulares na comissão, enquanto a base aliada fica com as oito vagas restantes.Hoje, o presidente da Comissão de Infraestrutura, Fernando Collor (PTB), defendeu o compartilhamento da direção dos trabalhos entre base aliada e oposição. “A oposição deve ter assento num dos cargos da CPI”,  afirmou o senador que já foi indicado pelo seu partido para integrar a comissão. Ele ressaltou que a definição da relatoria e da presidência deve passar por um entendimento entre os líderes.Collor também considera salutar a investigação de denúncias de irregularidades na Petrobras. “Toda e qualquer oportunidade que seja oferecida à sociedade para conhecer melhor o que ocorre no governo e na Petrobras é de muita utilidade”, disse o parlamentar, ao acrescentar que cabe ao Legislativo cumprir a sua função.O impacto que uma investigação como essa pode ter na estatal e, principalmente, nos seus investimentos, continua a preocupar parlamentares, entre eles o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que já foi diretor de Petróleo e Gás da Petrobras.“Essa CPI é preocupante com relação ao cumprimento do seu objeto [de investigação] pela complexidade das operações da empresa. A análise [da CPI] não pode ser feita à luz de uma estatal tradicional”, disse o parlamentar. Ele destacou, por exemplo, que a empresa, para determinados contratos, está liberada de seguir a Lei de Licitações a qual estão submetidas outras estatais.Delcídio acrescentou que a Petrobras tem investimentos e investidores em praticamente todo o mundo, o que torna ainda mais delicada a responsabilidade dos senadores que vão integrar a comissão de inquérito. Segundo ele, empresários e agentes do sistema financeiro com quem tem conversado veem com preocupação a criação da CPI.