Amazonas encaminha ao Ministério da Saúde propostas para reduzir mortalidade infantil

21/05/2009 - 19h02

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Nos próximos dias, um grupo técnico composto por profissionais do Amazonas nas áreas de atenção básica, saúde da criança, mulher e adolescente, urgência e emergência hospitalar encaminhará ao Ministério da Saúde um detalhamento completo sobre o conjunto de ações que devem ser realizadas no estado para tentar alcançar a meta, proposta pelo governo federal, de redução da mortalidade infantil este ano e em 2010. Também fazem parte do grupo representantes dos comitês estaduais de Mortalidade Materna e Infantil e do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems).O documento do Amazonas servirá como pré-requisito para receber os recursos destinados ao estado - e também aos outros municípios do Norte e Nordeste que, em janeiro deste ano, firmaram o compromisso com o governo federal para enfrentamento das desigualdades regionais, especialmente na atenção à saúde da criança e da mulher. A proposta do Ministério da Saúde é que as duas regiões apresentem 5% de redução no número de mortes entre crianças com até um ano de idade já este ano e outros 5% em 2010. O Amazonas, entretanto, estabeleceu uma meta maior, que é reduzir esse índice em 10% este ano e mais 10% em 2010. Os indicadores do ano passado serão a referência. Os municípios amazonenses prioritários para a redução dos índices de mortalidade infantil são Borba, Coari, Itacoatiara, Maués, Parintins,São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga, Tapauá e Tefé.De forma mais detalhada, o plano formulado pelo Amazonas para redução da mortalidade infantil inclui propostas diversas para ampliar e adequar a rede de assistência, o fluxo adequado de atendimento, a expansão das unidades de coleta de leite humano, atenção às urgências obstétricas, maior qualificação das equipes técnicas para o atendimento à gestante e recém-nascido de alto risco e criação de novas unidades de cuidados especiais (UTIs e UCIs). Cada município do Amazonas deverá utilizar o plano como diretriz para alcançar as metas estabelecidas no Pacto Amazonas para o Futuro.De acordo com o secretário estadual de Saúde, Agnaldo Costa, nos últimos sete anos, o Amazonas adotou um conjunto de ações que permitiram transformar o perfil de atendimento às gestantes e recém-nascidos na capital e no interior do estado, e garantir reduções graduais nas mortes maternas, infantis e neonatais (crianças menores de 28 dias).Em entrevista à Agência Brasil, a coordenadora estadual do Programa de Saúde da Criança, Katherine Benevides, ressaltou que a redução da mortalidade infantil é o primeiro passo para uma meta maior, que é garantir às crianças mais qualidade de vida.“O Amazonas tem uma condição especial para alcance dessa meta porque possui muitas comunidades ribeirinhas e indígenas isoladas. Para chegar até elas, muitas vezes, só de barco, em viagens que podem durar semanas, ou de avião, que encarecem significativamente as ações. Mas isso não será empecilho e as reuniões feitas nos ajudam diretamente a firmar o compromisso com os municípios e a efetivar as ações do plano”, declarou.