Aécio Neves apoia reforma política e condena tese do terceiro mandato

21/05/2009 - 20h21

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ogovernador de Minas Gerais, Aécio Neves, defendeu hoje (21) no CongressoNacional a aprovação de mudanças no sistema eleitoral brasileiro,principalmente nas questões da instituição da chamada lista fechada decandidatos para as eleições proporcionais e o financiamento público de campanha. “Os doisinstrumentos [lista e financiamento público] significam um avanço nonosso processo político. O atual sistema eleitoral é anacrônico eprivilegia o capital, o poder econômico, em detrimento do debate deidéias”, disse.Hoje, os líderes partidários reuniram-se com o presidenteda Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), e decidiram retomar adiscussão sobre a votação da reforma política começando pelos dois temas, alista fechada e o financiamento público de campanha. A previsão das lideranças é votar jána próxima semana requerimento da votação dos dois temas em regime deurgência.O governador mineiro disse que seria importante aaprovação dos dois itens para que as novas regras estivessem vigorando naseleições do ano que vem, mas observou que, se houver muita resistência, o melhor é que as matérias sejam aprovadas antes das eleiçõesmunicipais de 2012. “Se a resistência para implantação do sistema formuito grande para 2010, poderíamos iniciar esse processo nas eleiçõesde 2012, começando a implantação pelas bases eleitorais. Aí, em 2014,o sistema já estaria aprimorado”. De acordo com Aécio Neves,que foi líder do PSDB e presidente da Câmara, quando da votação dodispositivo que trata da chamada cláusula de barreira, na qual houvemuita resistência, a solução encontrada para possibilitar a aprovaçãoda proposta foi permitir uma carência de duas eleições para que odispositivo passasse a vigorar. Aécio Nevescriticou a tese de aprovação de proposta de emenda àConstituição (PEC) propondo mais uma reeleiçãoe permitindo, assim, que o presidente Lula concorra a um terceiromandato. “Do ponto de vista da democracia, é um retrocesso eeu acho que o presidente Lula não estaria disposto a comandar [essa proposta]. Ele sabe o preço político de uma açãocomo essa.”Ainda de acordo com ogovernador, ele não constatou, nas conversas que teve com o presidente Lula, nenhuma disposição pessoal do presidentenessa direção. Aécio também lembrou que, do ponto de vista prático, nãohá nem tempo hábil para aprovação da PEC do terceiro mandato antes do final de setembro, que é o prazo final para mudanças nas regras eleitorais. Eledisse, ainda, que, do ponto de vista político, seria um “equívoco enormedo governo” apoiar a proposta. Aécio afirmou não acreditar que o presidente Lula estejadisposto a "manchar sua biografia com ações nessa direção". “Esse é ummovimento periférico”, observou.