Indefinição de presença da oposição no comando da CPI levará PSDB a obstruir votação de MPs

20/05/2009 - 19h50

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A disputa entre governo e oposição pela direção daComissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras pode trazerconsequências negativas ao governo em relação à votação de medidasprovisórias no Senado. Hoje (20), o líder do PSDB na Casa, senadorArthur Virgílio (AM), anunciou que o partido obstruirá a votação dematérias até que haja uma definição sobre a participação da oposição nocomando da CPI.De acordo com a Secretaria-Geral da Mesa, quatroMPs (452, 453, 455 e 456) perdem a validade se não forem aprovadas atéo próximo dia 1º de junho.Entre elas, está a 452, que cria o Fundo Soberano do Brasil. “Nãoqueremos votar as matérias. Do jeito que está, não tem clima [paravotar]”, disse Virgílio.O líder do PT no Senado, AloizioMercadante (SP), afirmou que a obstrução é um direito legítimo daoposição, mas cobrou responsabilidade do PSDB na votação dematérias relacionadas ao combate à crise econômica. “É um direito daoposição de fazer a obstrução, mas não serão esses argumentos que vãonos convencer. Os argumentos serão aqueles melhores para o Brasil”,disse Mercadante.“Essas medidas provisórias são um instrumentode combate à crise. Não acredito que a oposição aposte no quanto piormelhor. Isso não é bom para oposição nem para o Brasil. Essas medidasprovisórias podem ser alteradas, mas precisam ser votadas e aprovadas”,completou o líder petista.Para voltar a apreciar as MPs,Virgílio também cobrou do PT explicações sobre o ato que será realizadoamanhã (21) pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) contra a criaçãoda CPI da Petrobras. “Queremos explicações do PT sobre esse atofascista da CUT, que está nas ruas amanhã tentando jogar o meu partidocontra a opinião pública”, afirmou.Os tucanosreivindicam ainda que a Mesa Diretora altere a composição da CPI,concedendo a eles mais uma vaga. Assim, o confronto de força entregovernistas e oposição na comissão seria de sete contra quatro e nãode oito contra três membros titulares como ficou definido na semanapassada.